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O SARS-CoV-2 e nós: para onde temos que ir

Com mais testes de despistagem e uma vacinação mais rápida e melhor direcionada, conseguiremos inverter mais rapidamente o caminho trágico que estamos a percorrer.

Artigo partilhado em: https://www.publico.pt/2021/01/27/opiniao/opiniao/sarscov2-onde-ir-1948080

No momento em que Portugal ocupa o último lugar do ranking no combate ao novo coronavírus e onde o número de óbitos e novos infetados supera todas as previsões imaginadas pelo Governo, é necessário agir de forma eficaz e eficiente para voltarmos a uma relativa normalidade o mais rapidamente possível.

Sabemos que o estado de emergência e as medidas atuais vão continuar por muito tempo, provocando obrigatoriamente uma atrofia inimaginável da economia e uma perda complexa na evolução das nossas crianças e jovens, para além de afetar, muitas vezes de forma irreversível, a saúde física e mental da população, com destaque para os mais idosos.

O que podemos e devemos então fazer para ajudar a comunidade a sair desta tragédia o mais rapidamente possível, lembrando sempre que não haverá Economia sem Saúde?

Temos em primeiro lugar de incrementar e sensibilizar a população para as necessidades do cumprimento total das medidas em vigor de proteção individual. Isto passa obrigatoriamente por melhorar a comunicação com testemunhos e informação credível por aqueles que mais sabem sobre a doença e como gerir a saúde nesta fase complexa. As pessoas conhecem as medidas, mas muitos não cumprem escrupulosamente as regras porque não se sentem convencidos da bondade das mesmas, outros já estão mentalmente cansados desta pandemia que dura há cerca de um ano e ainda outros não compreendem os sucessivos avanços e recuos do Governo, que não transmite uma imagem confiável no modo como deve ser abordada a crise. É essencial que haja empatia clara e inequívoca por parte do mensageiro para que a mensagem seja percetível e bem assimilada.

Temos também de massificar o número de testes de despistagem do SARS-CoV-2 utilizando testes rápidos de antigénio para um despiste global e imediato dos contágios por todo o país, com implementação subsequente de medidas de isolamento dos infetados. A utilização destes testes é recomendada em situações como a de Portugal neste momento e são aprovados para o efeito pela Organização Mundial da Saúde. Nesta área será importante recrutar um número muito maior de pessoas que possam apoiar o trabalho da Saúde Pública para acompanhar a resultante dos testes em massa.

Por fim, há que fazer pressão para que haja mais vacinas disponíveis, incluindo uma maior rapidez na aprovação da vacina da AstraZeneca pela Agência Europeia do Medicamento, que permitirá uma entrada de um volume enorme de vacinas no mercado português. É essencial também que se vá ao encontro das diretrizes da União Europeia e vacinar o mais rapidamente possível toda a nossa população acima dos 70 anos e as pessoas de risco acrescido durante os meses de fevereiro e março.

Com mais testes de despistagem e uma vacinação mais rápida e melhor direcionada, nós conseguiremos inverter mais rapidamente o caminho trágico que estamos a percorrer. Estes dois vetores, aliados a uma gestão de comunicação com personalidades que possam cativar a confiança da comunidade para um cumprimento melhorado das regras, irão com certeza lançar as bases de relançamento de uma vida mais normal e uma economia melhorada.

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