Apesar de o número de embalagens comercializadas ter aumentado ligeiramente nos últimos dois anos, as vendas de medicamentos nas farmácias de Portugal continental ascenderam a um total de 2489 milhões de euros, o que representa uma queda de 4,3% face a 2012. A quebra é ainda maior (25,7%) se a comparação for feita com o máximo valor, o qual foi atingido em 2008, indica um estudo sobre a “Indústria Farmacêutica” feito pela empresa Informa D&B.
Este fenómeno reflecte a redução de preços que se verificou nos últimos anos, porque o número de embalagens comercializadas até cresceu de forma moderada no biénio 2012-2013.
Segundo os autores do estudo, a diminuição do valor do mercado português de medicamentos é uma “consequência da contracção dos preços, que foi motivada pelas medidas aplicadas pelo Governo destinadas a reduzir a despesa pública farmacêutica”.
No ano passado, ainda segundo este estudo, o balanço comercial do sector apresenta um saldo deficitário, apesar de, no período 2011-2013, ter diminuído quase 10% por ano, até se situar neste último ano em 1.061 milhões de euros, “num contexto de crescimento das exportações e decréscimo das importações”.
Em 2012, em Portugal havia 106 empresas dedicadas ao fabrico de especialidades farmacêuticas, o que representa um decréscimo de 9,4% face a 2011 e uma variação média anual negativa de 4,6% em relação ao ano de 2009.
A zona de Lisboa concentra dois terços dos laboratórios, à frente das zonas Norte e Centro (com 17% e 11%, respectivamente).
“O capital estrangeiro tem uma grande importância no sector, destacando-se o de origem suíça, britânica, espanhola, alemã, italiana, francesa e dos Estados Unidos da América”, refere o estudo. Aliás, apenas sete das 40 primeiras empresas do sector estão participadas maioritariamente por accionistas de nacionalidade portuguesa.
Fonte: Público, 8 de Agosto de 2014