A urgência do Hospital de Santo Tirso, que integra o Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), esteve até às 14h00 deste domingo sem médicos de clinica geral para fazerem a triagem dos doentes pelo que as situações urgentes foram temporariamente encaminhadas para o serviço de urgência da unidade de Vila Nova de Famalicão.
A urgência reabriu pouco depois das 14h00, segundo informou ao PÚBLICO Pedro Neves, chefe da equipa de urgência da unidade de Vila Nova de Famalicão, que também integra o Centro Hospitalar do Médio Ave. A urgência do Hospital de Santo Tirso funcionou durante toda a manhã deste domingo com os médicos de Medicina Interna para acorrer aos doentes que se encontram internados. As situações de urgência foram todas encaminhadas para Famalicão sendo o transporte assegurado pela unidade de Santo Tirso.
Na porta do serviço de urgência do hospital estava afixado um papel escrito à mão onde se lia: “Sem médico na urgência, por favor, recorra ao Hospital de Famalicão”. Esta não é, contudo, a primeira vez que a urgência está encerrada sem médicos de clínica geral para fazer a triagem aos doentes.
O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Ave, Américo Afonso, mostrou-se indisponível para responder aos telefonemas e mensagens feitas pelo PÚBLICO.
O Hospital de Santo Tirso vai passar para a alçada da Santa Casa da Misericórdia e esta situação tem gerado alguma instabilidade interna. O presidente da câmara, Joaquim Couto, já se pronunciou contra esta transferência, que foi anunciada em meados de Dezembro do ano passado. Desde então, aquela infra-estrutura tem vindo a ser desactivada aos poucos devido a decisões governamentais e actualmente, segundo dados avançados pelo presidente da autarquia, representa apenas 35% do Centro Hospitalar do Médio Ave.
A 17 de Julho, a Câmara de Santo Tirso emitiu um comunicado em que acusava o Ministério da Saúde de não ter cumprido uma promessa feita de envolver a autarquia na discussão. No comunicado, a câmara falava em “degradação” de serviços, exemplificando que a unidade não tinha médicos no Serviço Básico de Urgência, uma situação que agora o presidente do executivo diz ter percebido das explicações do CHMA que foi “pontual”.
Fonte: Público, 4 de outubro de 2015