A investigação será apresentada, na quarta-feira, durante um encontro sobre “Cuidados de Saúde Primários – Transferência ou Reorganização?”, que decorre na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, em Lisboa.
“Identificar os cuidados de saúde passíveis de serem transferidos de entidades de prestação de cuidados de saúde hospitalares para os cuidados primários ou continuados e estimar o impacto financeiro destas transferências para a sociedade portuguesa” foi o objetivo do estudo.
Ao nível das consultas externas, os investigadores identificaram 3.654.005 (cerca de 34,41%) realizadas em 2011 e que poderiam ser transferidas para os cuidados de saúde primários.
Em relação às urgências hospitalares, os autores concluíram que 45% dos episódios, ou seja 2.727.746, poderiam ser transferidos para consultas nos cuidados de saúde primários.
Para avaliar o impacto orçamental de uma transferência, os autores obtiveram-no pelos “custos totais estimados acrescidos nos centros de saúde primários ou nos cuidados continuados, menos os custos evitados ao nível hospitalar”.
“As estimativas destes custos foram obtidas a partir do produto das unidades físicas relevantes (consultas, dias de internamento, etc) pelos seus custos unitários”.
Para as consultas externas, o estudo conclui que a transferência resultaria numa poupança de 150 milhões de euros.
No caso da consulta externa, ressalvam os autores, “a sua transferência para os cuidados de saúde primários representa uma poupança de custos a curto prazo pequena. O benefício de seguir estes doentes nos cuidados de saúde primários gera poupanças substanciais sobretudo a longo prazo, o que tem subjacente alterações de capacidade instalada, ou seja, desinvestimentos”.
Em relação às urgências, a poupança com a transferência dos episódios para os cuidados de saúde primários atingiria os 206,76 milhões de euros.
Fonte: Jornal de Notícias, 20 de Novembro de 2012