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Sete pessoas detidas por suspeita de burla com medicamentos

Investigadores apuraram que há médicos que terão passado 200 mil euros de receitas para um único medicamento.

Sete pessoas, entre as quais três médicos, foram detidas esta terça-feira no âmbito de buscas a várias farmácias, incluindo a do Hospital Santa Maria, em Lisboa. Nesta acção de combate às burlas com medicamentos, apelidada “Prescrição de Risco”, as autoridades realizaram 24 buscas.

A farmácia exterior do Hospital Santa Maria em Lisboa foi apenas uma das nove que esta terça-feira recebeu a visita dos inspectores da Judiciária de combate à corrupção. À mesma hora aconteceu o mesmo em farmácias da Amadora, de Almada, do Seixal e ainda numa outra em Lisboa, mas também em residências, empresas e escritórios de contabilidade.

Entre os sete detidos estão três médicos, um director clínico de farmácia e simultaneamente proprietário de alguns desses estabelecimentos, um farmacêutico, um delegado de informação médica e um armazenista de medicamentos.

A burla qualificada de que agora são acusados é muito semelhante a outros casos que têm sido investigados no âmbito da colaboração entre a Judiciária e o Ministério da Saúde.

Tudo começa na prescrição fraudulenta de medicamentos por parte dos médicos, na maior parte das vezes com nomes de doentes que não imaginam estarem envolvidos, que passa depois pela aquisição desses medicamentos nas farmácias ligadas ao esquema e que acaba depois na venda desses medicamentos para o estrangeiro.

Pelo meio, o grupo recebe a comparticipação do Estado, que é bastante significativa, tendo em conta que os medicamentos usados são sempre bastante caros. Nesta investigação em concreto, há médicos que terão passado 200 mil euros de receitas para um único medicamento.

Fraudes podem chegar aos 100 milhões
A cooperação entre os ministérios da Saúde e da Justiça permitiu, durante o ano passado, a detenção de 34 pessoas por suspeita de envolvimento em fraudes na saúde, que custaram ao Estado 25 milhões de euros.

De acordo a Polícia Judiciária, a colaboração no combate à fraude na saúde resultou ainda na constituição de 252 arguidos, em 2012.

Em Abril deste ano, o ministro da Saúde Paulo Macedo disse no Parlamento que há mais 80 casos referenciados, que poderão custar mais de 82 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde, o que perfaz um total de quase 100 milhões.

Fonte: Rádio Renascença, 9 de Julho de 2013

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