A partir de 25 de Abril, a linha telefónica Saúde 24 vai passar a ter um serviço dedicado especificamente aos idosos. O número é o mesmo (808 24 24 24) mas o serviço será “mais completo”, porque, além do tradicional aconselhamento telefónico, pretende-se fazer uma espécie de “acompanhamento activo” dos cidadãos com mais de 65 anos, explica o director-geral da Saúde, Francisco George.
O projecto Saúde 24 Sénior ainda está a ser limado, mas o objectivo é disponibilizar, a partir de 25 do próximo mês, data em que a linha completa sete anos, um contacto telefónico regular com os idosos, assegurando o acompanhamento desta população mais vulnerável e evitando idas desnecessárias aos serviços de saúde.
Além do esclarecimento de dúvidas — a Linha Saúde 24 disponibiliza aconselhamento terapêutico e apoio em matérias relacionadas com medicação e assistência em saúde pública —, no programa dedicado aos idosos está prevista a possibilidade de definição de um “plano individual de cuidados” a monitorizar com periodicidade semanal.
Outra hipótese ainda em estudo é a da criação de um sistema de alarme para pessoas com mais de 75 anos que permita vigiar quedas e prestar apoio em situações de maior isolamento.
Os responsáveis acreditam que o investimento vai compensar, porque, à medida que a idade avança, aumenta de forma significativa a prevalência de doenças crónicas, e, consequentemente, a procura de cuidados de saúde. Experiências realizadas noutros países provam que o acompanhamento telefónico pode ajudar a diminuir de forma significativa o número de hospitalizações e o tempo de internamento e, consequentemente, as despesas em saúde.
Mas ainda há muito por definir. Quando este projecto foi anunciado, em Janeiro, numa altura conturbada em que se multiplicavam os protestos dos trabalhadores contra os despedimentos e cortes salariais em curso no call center, Luís Pedroso Lima, responsável da empresa que gere a linha, previa que seria necessário recrutar “um número significativo de enfermeiros” para o Saúde 24 Sénior. “Há todo um trabalho clínico a fazer, um trabalho complexo, que obriga a reunir um conjunto de profissionais que domine esta matéria”, justificava então. Agora, os responsáveis da empresa dizem que ainda é cedo para avançar com mais detalhes.
Fonte: Público, 16 de Março de 2014