O candidato a bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Leão, elogiou o modelo de unidades de saúde familiar (USF) na organização dos cuidados de saúde de proximidade, mas alertou para o “perigo de discriminação” entre médicos.
“ O modelo de criação de USF constitui um passo importante e positivo na organização dos cuidados de saúde de proximidade”, afirmou Miguel Leão, considerando que “a natureza de adesão voluntária permite a auto-organização dos médicos e a sua liderança”, além de não colocar em causa direitos adquiridos.
Numa conferência de imprensa realizada no Porto, com o objectivo de analisar o projecto de decreto-lei que define o regime jurídico e o funcionamento das USF, o candidato a bastonário salientou que o valor deste modelo se traduz em dados objectivos, como o elevado número de candidaturas apresentadas (150), envolvendo mais de mil médicos.No mesmo sentido, salientou o facto de as 76 candidaturas já homologadas pelos conselhos de administração das Administrações Regionais de Saúde (ARS) permitirem ganhos assistenciais que se traduzem num aumento de cerca de nove mil utentes com médico de família a nível nacional.
Miguel Leão frisou, no entanto, que o modelo das USF, “podendo constituir uma forma de discriminação positiva para os médicos aderentes”. Entre outros aspectos, o clínico defendeu que devem ser garantidos os direitos adquiridos, a acesso à formação contínua, a progressão na carreira e as condições de exercício profissional.
Na referida conferência de imprensa, o candidato a bastonário da OM lamentou que o número de USF em funcionamento “se encontre aquém de esperado”, considerando que esta situação “pode defraudar as expectativas dos profissionais aderentes”.