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Reflexão sobre a Utilização dos Sistemas de Informação e da Confiabilidade dos Dados, na Garantia da Qualidade do Exercício Profissional dos Enfermeiros

Artigo da autoria de João Daniel Gentil

Resumo

Desde Florence Nightingale que os enfermeiros se preocupam com a problemática da documentação dos cuidados de enfermagem. Essa documentação pretende garantir a continuidade e a melhoria da qualidade dos cuidados. A documentação é hoje realizada através dos sistemas de informação, constituindo-se como fundamental nos domínios da investigação, formação, gestão e ainda como garante da qualidade dos cuidados prestados.

Para o desenvolvimento deste artigo definimos como objetivos: analisar a influência da confiabilidade dos dados dos sistemas de informação e relacionar com a qualidade dos cuidados prestados; refletir sobre a importância de avaliação da gestão da qualidade dos dados, na produção de indicadores de qualidade fidedignos com a realidade do processo de enfermagem. A metodologia utilizada foi a análise critico-reflexiva de artigos selecionados nas bases de dados online. A maioria dos artigos selecionados referem os sistemas de informação em enfermagem como ferramenta de trabalho com utilidade para o desempenho profissional e que disponibilizam de forma rápida, fácil e segura a informação, diminuindo o tempo despendido nos registos e ainda promovendo a continuidade dos cuidados, afirmando-se assim como ferramenta essencial no contexto da qualidade dos cuidados, uma vez que a produção de informação válida e fiável é crucial para a avaliação da qualidade em saúde, o que permite o processo de melhoria contínua da qualidade.

Os sistemas de informação devem contribuir para a melhoria da qualidade, eficiência e eficácia da prestação de cuidados de saúde, possibilitando a rentabilização de investigação e que forneçam evidência que auxilie na tomada de decisão.

Descritores: Confiabilidade dos dados, Sistemas de informação em Saúde; Garantia da Qualidade dos Cuidados de Saúde; Cuidados de Enfermagem

INTRODUÇÃO

É consensual afirmar que, atualmente, os enfermeiros processam e documentam muita informação. São aliás os maiores produtores de informação clínica, talvez por serem a classe profissional mais representativa na área da saúde. A documentação, gestão e armazenamento da informação têm vindo a assumir um papel cada vez mais importante no seio das organizações de saúde. Vários investigadores na área dos sistemas de informação em saúde e, em particular, na área dos sistemas de informação em enfermagem, defendem que a informação em saúde é essencial para a excelência dos cuidados prestados, sendo um dos recursos fundamentais para o sucesso das instituições de saúde (Leite, 2016). Este autor refere também que, os debates sobre desenvolvimento de sistemas de informação em saúde têm revelado uma crescente preocupação com o aproveitamento que se faz da informação disponível nos repositórios dos serviços de saúde. Desta forma, a otimização e rentabilização da informação resultante da documentação dos cuidados é vista como uma componente essencial para o sucesso das organizações. Leite (2016) defende que a grande quantidade e riqueza informativa resultante do exercício profissional dos enfermeiros representam um desafio para o desenvolvimento dos sistemas de informação, devendo estes ser capazes de rentabilizar e maximizar a utilização deste poderoso recurso.

Para além da quantidade de informação, a qualidade dos dados assume também extrema importância, Pereira (2007) refere “que a informação processada nos SIE devem reunir atributos necessários para que a promoção da continuidade nos cuidados seja uma realidade”. Repare-se que a Ordem dos Enfermeiros (2007), defende que os sistemas de informação em enfermagem devem cumprir na íntegra os objetivos para os quais foram projetados, devendo ser capazes de servir de suporte legal dos cuidados de enfermagem prestados, facilitar os processos de gestão e formação, promover a investigação, promover a continuidade de cuidados e dar visibilidade aos contributos dos cuidados de enfermagem prestados, nomeadamente mostrando os ganhos em saúde para as populações. Assim, parece logo à partida, existir uma relação inequívoca entre a documentação da informação produzida pelos sistemas de informação e garantia da qualidade dos cuidados ou a qualidade do exercício profissional dos enfermeiros. Também nos parece aceitável afirmar que os sistemas de informação em saúde ocupam um lugar crucial no seio do domínio da gestão das organizações, e que, são de facto, recursos estratégicos de ação, assentes num plano de fundo que é representado pela melhoria contínua da qualidade em saúde.

Os Sistemas de Informação em Enfermagem (SIE), são hoje parte do nosso quotidiano enquanto enfermeiros e assim o serão no futuro, com impacto de enorme relevo na prestação de cuidados. Por estas razões, a pertinência da escolha desta temática é fundamentada ao longo de todo o percurso analítico-reflexivo.

É fundamental que os enfermeiros no geral se mostrem sensibilizados para estas áreas tão importantes para a profissão, independentemente do local e função que exerçam, que aprofundem os seus conhecimentos sobre os SIE, conheçam os instrumentos de trabalho que estão ao seu dispor e que rentabilizem os mesmos não descurando da qualidade dos cuidados prestados (Pinto, 2009).

Artigo completo em: https://spgsaude.pt/spgsweb/wp-content/uploads/2025/04/Revista39-2.pdf

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