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Quase 9 mil enfermeiros estão no desemprego

Quase 9 mil enfermeiros estão no desempregoO bastonário dos enfermeiros denunciou, esta segunda-feira, que existem entre sete e nove mil profissionais desempregados, mas que nos hospitais e nos centros de saúde do país o défice poderá ascender a 25 mil.

“É natural ou expectável que tenhamos 7, 8, 9 mil enfermeiros no desemprego. Paradoxalmente, segundo os nossos cálculos, que têm por base os rácios da OCDE, faltarão em Portugal algo como 25 mil enfermeiros a trabalhar em hospitais e centro de saúde”, afirmou Germano Couto, em Barcelos, à margem da assinatura de um protocolo com a Câmara local e a Junta de Paradela para a construção, naquela freguesia, do Espaço Social do Enfermeiro.

Para o bastonário da Ordem dos Enfermeiros, trata-se de um “paradoxo” que acaba por estar na base da crescente emigração da classe.

Sublinhou que, em Portugal, “não se trata apenas de ganhar mal”, mas essencialmente da inexistência de locais para trabalhar.

Em contrapartida, acrescentou, há mercados, nomeadamente europeus, “que fazem praticamente excursões para vir contratar enfermeiros a Portugal, a custo zero”.

“Atendendo à sua responsabilidade, os enfermeiros são mal valorizados em Portugal, não só os generalistas, mas também os especialistas, que muitas vezes não estão a desenvolver as suas competências”, acrescentou.

Na base de dados da Ordem estão registados 65 mil enfermeiros. Só este ano, perto de 2.000 terão emigrado, segundo a Ordem.

A formação é ao ritmo de 3.000 enfermeiros por ano, sendo que dois terços, ou mais, vão diretamente para o desemprego, adiantou.

Espaço Social do Enfermeiro, em Barcelos, tem um investimento avaliado em 5 milhões de euros e deverá arrancar até 2015, depois de o terreno ser desafetado das reservas agrícola e ecológica e de desbloqueado o financiamento.

O espaço terá uma área social, uma área de hotelaria, uma área formativa, com um auditório, e uma área de saúde, que serão postas ao serviço dos enfermeiros do país e da população do concelho de Barcelos.

“Ao longo da sua vida profissional, os enfermeiros sofrem imensas sequelas, físicas e psicológicas, e necessitam, quanto estão perto do fim da sua vida laboral ou mesmo na aposentação, de um local onde possam pernoitar ou estar durante o dia”, explicou o bastonário.

Os cidadãos do concelho de Barcelos também encontrarão naquele espaço apoio para as suas doenças crónicas, embora a ideia não seja construir um centro de saúde ou hospital.

Inicialmente, o espaço deverá criar 20 postos de trabalho.

Fonte: Jornal de Notícias, 17 de Dezembro de 2012

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