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Quase 300 médicos do Serviço Nacional receberam 13 mil euros por mês

Rendimentos mais elevados foram auferidos nas unidades do Alentejo e Algarve, entre 2009 e 2010. Depois, com a “troika”, os vencimentos levaram cortes substanciais.

Entre 2009 e 2010 cerca de 300 médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) receberam ordenados mensais de 13 mil euros brutos, um valor que chegou a quadruplicar em algumas especialidades, como por exemplo na oftalmologia.

A conclusão é de uma auditoria do Tribunal de Contas que indica que, apesar das tabelas salariais, ainda há muitas irregularidades na remuneração dos médicos. O documento conclui que o sistema remuneratório é demasiado complexo o que se traduz em situações pouco transparentes e de difícil controlo.

A auditoria refere que os especialistas em oftalmologia, ortopedia e anestesiologia a trabalhar no SNS foram os que ganharam mais. Foi nas unidades hospitalares do Alentejo e do Algarve que se detectaram as remunerações mais elevadas.

Verificou-se uma grande desproporção entre o ordenado base e aquilo que é acrescido pelas horas extraordinárias que nem sempre o são.

O tribunal de contas detectou vários casos – entre 2008 e 2010 – em que consultas e cirurgias feitas durante o horário normal foram pagas como se tivesse sido feitas em horas extraordinárias.

Nos dois anos seguintes, por causa da “troika”, os médicos não só viram os seus ordenados reduzidos em 24%, como os incentivos à redução das listas de espera foram cortados. Em consequência disso, tanto em 2011 como em 2012, o número de doentes em espera voltou a aumentar, bem como o tempo de espera para cirurgia.

Contas feitas, a diminuição das cirurgias adicionais em resultado das medidas de contenção orçamental representou, na maior parte dos casos, mais de 40% de corte nos salários mensais dos médicos, mas em quatro casos esse corte chegou aos 70%.

Fonte: Rádio Renascença, 4 de Julho de 2013

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