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Presidente apela a “consenso nacional” na Saúde

Foi num hospital em que a parceria público-privada funciona bem que o Presidente da República apelou, esta terça-feira, a um “consenso nacional” na Saúde.

“A Saúde é um domínio em que eu penso que é fácil chegar a um consenso nacional. Há domínios em que é mais difícil, e vai ser nestes primeiros tempos, mas na Saúde, mesmo sem grandes pactos, mesmo sem estar a celebrar protocolos nem acordos, eu sinto que, de uma forma suave, se vai estabelecendo um consenso e as várias forças sociais e políticas vão chegando a acordo”, afirmou no final da visita ao Hospital de Vila Franca de Xira.

Marcelo Rebelo de Sousa não poupou elogios ao actual ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, considerando que a sua gestão “tem ajudado a desdramatizar, a criar um ambiente de pacificação, ir olhando e resolvendo os problemas e não tem havido problemas na Saúde nos últimos meses”.

O Chefe de Estado não concretizou o que gostava de ver envolvido nesse “consenso nacional”, mas deixou pistas de abordagem: “Uma admissão pacífica da importância da Saúde, do papel do Serviço Nacional de Saúde mas também do contributo dos privados, neste caso gerindo uma realidade que é de interesse público, noutros casos actuando autonomamente, e tudo isto com um mínimo de dramas possível”.

Questionado sobre os problemas existentes no Serviço Nacional de Saúde, sobretudo a incapacidade de dar resposta em momentos críticos, Marcelo reconheceu algumas fragilidades, mas sempre a salientar o lado positivo: “Há um problema na Saúde que todos admitem: o reajustar dos cuidados primários demora tempo. O país mudou, já não é demográfica e socialmente o que era, isso leva a uma pressão maior sobre as urgências e as unidades hospitalares. Mas o conjunto do sistema de Saúde melhorou enormemente nestes 40 anos de democracia e penso que pode continuar a melhorar”.

Em seu entender, um consenso na área da Saúde permitiria contagiar depois outras áreas sociais, em especial a Segurança Social. Mais difícil, considerou, seria encontrar plataformas de entendimento quanto ao modelo financeiro de gestão do Estado.

Em todo o caso, Marcelo considera que Portugal entrou numa nova fase de estabilidade, tal como já tinha afirmado na segunda-feira, na declaração sobre a promulgação do Orçamento do Estado: “Entendo que há um clima mais descrispado, mais sereno, e este viver de uma forma habitual, em estabilidade, é bom para o país. Até no plano político há menos crispação, foi possível fazer o debate do OE com posições muito diferentes mas com menos crispação. Avançamos agora para dois documentos importantes [Plano Nacional de Reformas e Plano de Estabilidade] com menos crispação e eu sinto que isso é bom”.

Fonte: Público, 29 de março de 2016

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