Cerca de 300 médicos portugueses já emigraram e estima-se que, até ao final do ano, o número chegue aos 400. Para a Ordem dos Médicos, a tendência irá acentuar-se e “os cuidados prestados aos utentes podem estar em risco. É o Serviço Nacional de Saúde a ser desmantelado”.
Um salário muito acima da média não é a única razão que motiva os médicos a emigrarem. Os profissionais de saúde sentem-se desconsiderados. Dizem que têm más condições de trabalho, falta de perspectivas e motivação. Inglaterra, França, Alemanha, Suíça, Dinamarca e Noruega são os destinos de emigração.
“O SNS (Serviço Nacional de Saúde) paga oito euros limpos à hora, um valor que não remunera minimamente o risco da profissão, a complexidade, as noites e a entrega dos médicos”, denuncia ao online da RTP José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos.
O caso mais recente é o do médico radiologista do Hospital Amadora-Sintra Érico Pinto, que “acaba de ser dispensado daquela unidade”.
“Era o único radiologista de intervenção do Hospital e foi dispensado por razões economicistas, com graves prejuízos para os doentes”, explica revoltado José Manuel Silva.
“O SNS (Serviço Nacional de Saúde) paga oito euros limpos à hora, um valor que não remunera minimamente o risco da profissão, a complexidade, as noites e a entrega dos médicos”, denuncia ao online da RTP José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos.
O caso mais recente é o do médico radiologista do Hospital Amadora-Sintra Érico Pinto, que “acaba de ser dispensado daquela unidade”.
“Era o único radiologista de intervenção do Hospital e foi dispensado por razões economicistas, com graves prejuízos para os doentes”, explica revoltado José Manuel Silva.
Exportar a custo zero
“Esta sexta-feira vai emigrar para Inglaterra, onde vai dirigir uma equipa de radiologia de intervenção. Prescindiram dos serviços deste médico que era dos melhores do país”, acrescentou o bastonário.
Para José Manuel Silva esta situação é algo a que nunca se tinha assistido: “Estamos a gastar milhares para depois exportar a custo zero. Somos uma espécie de África da Europa a exportar cérebros. É o pior dos investimentos”.
“É preciso que o Estado português garanta médicos da especialidade. Não se pode dar uma resposta simplista e o trabalho está a ser desclassificado”, salienta o bastonário da Ordem dos Médicos.
Para José Manuel Silva esta situação é algo a que nunca se tinha assistido: “Estamos a gastar milhares para depois exportar a custo zero. Somos uma espécie de África da Europa a exportar cérebros. É o pior dos investimentos”.
“É preciso que o Estado português garanta médicos da especialidade. Não se pode dar uma resposta simplista e o trabalho está a ser desclassificado”, salienta o bastonário da Ordem dos Médicos.
Arábia Saudita paga até 11 mil euros
Os Emirados Árabes Unidos juntam-se à lista dos destinos. A proposta é tentadora: salário líquido e isento de imposto, entre oito mil e 11 mil euros, podendo ser superior em função da especialidade e anos de experiência, alojamento para o agregado familiar, seguro de saúde familiar, até 44 dias de férias pagas, passagens aéreas e prémios.
O grupo de hospitais do Ministério da Saúde da Arábia Saudita e do Al-Mouwasat Medical Services Co, com unidades na Arábia Saudita, Kuwait, Jordânia e Emirados Árabes Unidos vem a Portugal, nos dias 7 e 8 de dezembro, para entrevistar e contratar 30 médicos portugueses – com experiência mínima de três anos pós-especialidade em 15 áreas, como cirurgia geral, ortopedia, obstetrícia e ginecologia, anestesiologia, neurocirurgia, cirurgia plástica, entre outras.
O grupo de hospitais do Ministério da Saúde da Arábia Saudita e do Al-Mouwasat Medical Services Co, com unidades na Arábia Saudita, Kuwait, Jordânia e Emirados Árabes Unidos vem a Portugal, nos dias 7 e 8 de dezembro, para entrevistar e contratar 30 médicos portugueses – com experiência mínima de três anos pós-especialidade em 15 áreas, como cirurgia geral, ortopedia, obstetrícia e ginecologia, anestesiologia, neurocirurgia, cirurgia plástica, entre outras.
Candidatos entre 40 e 60 anos de idade
De acordo com André Leite, da FFFHealthCare, empresa que está a intermediar o recrutamento e que colocou o “anúncio” no portal da Ordem dos Médicos, esta é a primeira vez que um diretor executivo e o diretor de Recursos Humanos de um grupo com vários hospitais da Arábia Saudita vem a Portugal para contratar médicos.
Candidataram-se cerca de 200 médicos portugueses, mas apenas 60 foram selecionados. São de vários pontos do país e têm entre os 40 e os 60 anos de idade.
“Más condições de trabalho, que põem em causa a ética profissional, falta de perspetivas e baixos salários”, são alguns dos motivos que levam estes médicos a candidatar-se para trabalhar no estrangeiro”, adiantou André Leite à RTP.
O bastonário da Ordem dos Médicos salienta, por seu turno, que o valor oferecido é cinco ou até dez vezes superior ao que estes clínicos auferem em Portugal e que por isso a emigração continuará a aumentar.
“Não são só questões financeiras, é o SNS a ser desmantelado”, lamenta José Manuel Silva.
Candidataram-se cerca de 200 médicos portugueses, mas apenas 60 foram selecionados. São de vários pontos do país e têm entre os 40 e os 60 anos de idade.
“Más condições de trabalho, que põem em causa a ética profissional, falta de perspetivas e baixos salários”, são alguns dos motivos que levam estes médicos a candidatar-se para trabalhar no estrangeiro”, adiantou André Leite à RTP.
O bastonário da Ordem dos Médicos salienta, por seu turno, que o valor oferecido é cinco ou até dez vezes superior ao que estes clínicos auferem em Portugal e que por isso a emigração continuará a aumentar.
“Não são só questões financeiras, é o SNS a ser desmantelado”, lamenta José Manuel Silva.
Fonte: Sandra Salvado, RTP 11 Nov, 2014