No primeiro trimestre do ano a quota de medicamentos genéricos baixou 3 décimas, passou de 47,3% em janeiro para 47% em março. Com o setor a atravessar uma crise, com o número de falências e pedidos de insolvência a disparar, a Associação Nacional de Farmácias debate esta manhã a criação de um novo contrato social para o setor.
Entre janeiro e março de 2015 a quota de medicamentos genéricos baixou, quebrando pela primeira vez a tendência de crescimento desde que existe este mercado, afirma Paulo Duarte, presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF).
“O mercado atingiu um nível significativo, tem potencialidade para crescer mas os mecanismos de incentivos criados pelo Ministério da Saúde não estão a produzir efeitos, bem pelo contrario”, diz.
O presidente da ANF sublinha que existe um sistema de incentivos ao crescimento da quota de genéricos que foi publicado mas nunca implementado. Sem efeitos práticos, tem como consequência o aumento dos encargos dos utentes com medicamentos.
“Houve um aumento de despesa dos doentes de cerca de 23 milhões de euros, cerca de 7%. Este abrandamento do mercado de genéricos, e simultaneamente a utilização de medicamentos mais caros quando há alternativas e mais baratos – são fatores que explicam este aumento de despesa.”
Paulo Duarte defende que a sobrevivência do setor é um problema da sociedade e propõe a criação de um Contrato Social das Farmácias. “Encontrar novos mecanismos em que as farmácias a troco de mais trabalho tenham remuneração alternativa daquela que têm hoje, mas sempre com impacto positivo na saúde dos doentes e no Orçamento de Estado”.
De acordo com dados da ANF quase um quinto das farmácias está em situação de insolvência ou penhora.
Fonte: TSF, 2 de junho de 2015