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Paulo Macedo: Listas de espera devem ter “prazo realista”, mas têm sido dados “passos positivos”

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, congratulou-se hoje com os “passos positivos” dados em Portugal em termos da diminuição das listas de espera, realçando que estas “não vão desaparecer”, mas têm que ter “um prazo realista”.

“Nós, obviamente, todos gostaríamos de ter menos listas de espera, mas também não há países com listas de espera zero e, até em termos clínicos, não se entende que isso seja defensável”, afirmou. Paulo Macedo falava à Agência Lusa à margem de uma visita de trabalho que efectuou hoje, durante toda a manhã, a duas Unidades de Saúde Familiares (USF) e ao Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE). Segundo o ministro, durante a visita, foi lhe explicado, por exemplo, que a lista de espera de cirurgias às cataratas “é de menos de três meses”, o que é “uma evolução bastante significativa”.

Questionado sobre qual o plano do Governo para reduzir as listas de espera, Paulo Macedo, que admitiu que “foram dados passos positivos” nos últimos anos, defendeu que aquelas “têm é quer ter um prazo realista, mais do que achar que vão desaparecer”. Do programa do Governo consta que os utentes dos serviços de Saúde vão poder passar a poder escolher o centro de Saúde onde são seguidos, respeitando regras de acesso pré-definidas e reguladas.

Sobre esta matéria, o ministro confirmou que o executivo tem a “intenção” de permitir “uma maior liberdade de escolha aos utentes. Esta escolha, disse, vai estar balizada, por um lado, “pelo direito das pessoas” e pela “nova directiva de cuidados de Saúde”, que permite que os cidadãos portugueses possam ter cuidados de saúde noutros países europeus. Por outro lado, acrescentou, têm que ser tidas em atenção as “capacidades dos serviços” de Saúde, porque, nesta área, “é bastante difícil mudar capacidades instaladas de um dia para o outro”. “Há aqui um caminho a percorrer, o caminho é esse, vamos é fazê-lo de uma forma bastante realista”, afirmou, escusando-se a adiantar um prazo para a concretização desta proposta.

Contudo, realçou, esta possibilidade de escolha do centro de Saúde, “tendencialmente poderá ser benéfica para o utente”, mesmo que esse não seja hoje “o aspecto mais crítico”. “O aspecto mais crítico continua a ser alguma dificuldade [que os utentes têm] em termos de acesso” aos cuidados médicos primários, nomeadamente aos médicos de família.

Segundo Paulo Macedo, “tem havido um esforço enorme e ganhos em termos de acessibilidade”, mas “ainda não há os médicos de família necessários”.

 

Fonte: Diário de Notícias, 05 de Agosto de 2011

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