O ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse não ver “nenhuma quebra de lealdade” dentro da coligação de um governo cujos ministros estão “comprometidos em querer fazer o melhor”.
“Não sinto, no governo, nenhuma quebra de lealdade, nem nas reuniões de conselho de ministros”, afirmou Paulo Macedo, esta terça-feira, à margem da cerimónia de assinatura do protocolo de alargamento do programa Cheques-Dentista.
Questionado sobre possíveis fragilidades na coligação, Paulo Macedo respondeu que vê “todos os ministros genuinamente comprometidos a querer fazer o melhor e, obviamente, a ir no sentido de adotar as melhores soluções”, acrescentando que “se houvesse uma solução [em] que houvesse unanimidade ou fosse fácil, já tinha sido feita”.
Quanto aos cortes na Saúde, o ministro assinalou estar satisfeito com a “discriminação positiva” feita na área e explicou que “o que está previsto, que foi assinalado, é uma redução de 10% naquilo que sejam consumos intermédios”, valor que “representa pouco” no orçamento do ministério.
Relativamente ao falado aumento de contribuição dos funcionários públicos para a ADSE, Paulo Macedo salientou ser uma “medida colocada à discussão com os parceiros sociais e partidos políticos” que significa “que há lugar” para o mesmo, mas terá de ser “equilibrado e autossuficiente”.
Sem explicitar se haverá cortes no Serviço Nacional de Saúde, o ministro referiu que este tem “mostrado uma dinâmica e uma aposta na manutenção de serviços (…) totalmente indesmentível”, mencionando que os medicamentos terão uma “ligeira redução este ano”, sendo os preços depois revistos anualmente.
Cheques-Dentista mais abrangentes
O alargamento dos Cheques-Dentista destina-se a jovens com 15 anos e à prevenção do cancro oral. “Passamos assim a ter mais 50 mil consultas no programa de prevenção dirigido a jovens e passamos a ter mais cinco mil consultas para rastreio do cancro oral em doentes identificados como sendo de risco”, explicou Paulo Macedo.
De acordo com dados apresentados pelo diretor-geral de Saúde, Francisco George, desde o arranque do projeto foram feitos cinco milhões de tratamentos, três milhões dos quais preventivos, a 1,5 milhões de beneficiários (grávidas, idosos, crianças, doentes com HIV).
O programa engloba 2500 médicos dentistas e abrange 4500 consultórios.
“Através deste protocolo, e destas condições agora definidas, não só conseguimos abranger um conjunto muito mais vasto de jovens neste programa de saúde oral como conseguimos materializar uma proposta da direção-geral de saúde, no sentido de, pela primeira vez em Portugal, se fazer um rastreio nesta área que é um dos cancros mais prevalentes na nossa sociedade”, sustentou Paulo Macedo.
Fonte: Jornal de Notícias, 7 de Maio de 2013