O primeiro-ministro esforçou-se hoje de manhã por mostrar que o país não mostra sinais de “subdesenvolvimento”, apesar de a oposição contrapor com dados de aumento das listas de espera. Passos Coelho está hoje de manhã no parlamento a responder aos deputados no debate quinzenal e, em resposta à deputada d’Os Verdes, Heloísa Apolónia, recusou que existam situações “de anormalidade” na saúde apesar da crise.
“Esforçou-se por criar um quadro de subdesenvolvimento… não corresponde à verdade. Nestas áreas, não existe nenhum subdesenvolvimento. Esse excesso retórico e político não casa com a realidade”, disse. Ainda em resposta a Heloísa Apolónia, Passos apresentou números para contrariar o cenário na saúde descrito pela deputada. Disse Passos que “apesar das restrições”, o Serviço Nacional de Saúde “realizou mais cerca de 20 mil cirúrgias”, mais 2,6% consultas externas”, “mais 97 mil consultas de enfermagem ao domicilio” e também ao “aumento de primeiras consultas”.
A deputada d’Os Verdes tinha acusado o primeiro-ministro de desistir da saúde e de o país estara a “assistir” a um “estado de subdesenvolvimento na saúde”.
Mais tarde, António José Seguro insistiu no tema questionando Passos com dados sobre as horas de espera em hospitais. Passos respondeu dizendo que “os picos” nos hospitais se justificam com algumas situações sazonais e voltou a negar uma anormalidade nos hospitais: “Não disse que estava tudo bem na saúde. O que disse foi que o estado de subdesenvolvimento descrito pela deputada Heloísa Apolónia não se afigura à realidade”, afirmou.
Na resposta, António José Seguro considerou “chocante” que o primeiro-ministro justificasse a situação dos hospitais com “picos”: “Não tem a ver com picos, mas com excesso de cortes que o governo fez”, rematou.
Fonte: Jornal i, 17 de Janeiro de 2014