A Ordem dos Enfermeiros destacou hoje o “forte descontentamento dos enfermeiros motivado por condições de exercício adversas que resultam num elevado sentimento de injustiça e revolta”, considerando que “a enfermagem não é uma profissão ao serviço de outra profissão”.
No primeiro de dois dias de greve dos enfermeiros, em comunicado enviado à agência, Lúcia Leite, do Conselho Diretivo da Ordem dos Enfermeiros (OE), “os ambientes de trabalho têm vindo progressivamente a degradar-se no setor da Saúde, público ou privado, de modo crescentemente patológico afetando a saúde dos profissionais sobretudo dos enfermeiros, que estão sujeitos a cargas laborais pesadas, horários prolongados, relações difíceis nos locais de trabalho, e a uma diversidade de riscos, decorrentes de dotações inadequadas”.
«É um facto que existe um forte descontentamento dos enfermeiros motivado por condições de exercício adversas que resultam num elevado sentimento de injustiça e revolta”, considera Lúcia Leite, que realça ainda que “os enfermeiros também estão sujeitos a um aumentado risco de cometer erros”.
Para este elemento do Conselho Diretivo do OE, as recentes políticas do Governo têm contribuído “para um clima de instabilidade e tensão nos serviços de saúde”, realçando ainda a “injustiça relativa” quando se comparam as condições de exercício de outros profissionais com as dos enfermeiros.
“A enfermagem não é uma profissão ao serviço de outra profissão. A enfermagem é uma profissão ao serviço da sociedade. E o Governo teima em continuar a tratar de igual o que é diferente e diferente o que é igual, virando as costas aos profissionais que consigo colaboram para assegurar, ao cidadão, cuidados de saúde de qualidade — nomeadamente os enfermeiros”, conclui.
Os enfermeiros iniciaram hoje uma greve de dois dias em protesto contra a degradação das condições de trabalho, mas para o Ministério da Saúde trata-se de uma “estratégia de intimidação” do sindicato, que preferiu “a via do não diálogo”.
Fonte: RTP Notícias, 9 de Julho de 2013