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Ordem alerta que qualidade da formação está “cada vez mais em risco”

O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos manifestou nesta terça-feira “uma profunda preocupação relativamente à qualidade do ensino pré-graduado de Medicina”, alertando para “os riscos estruturais” decorrentes do excesso do número de alunos.

Estas preocupações foram manifestadas, segunda-feira, numa reunião que juntou à mesma mesa o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos e o reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos.

Em comunicado enviado às redacções, o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, anuncia que ao reitor da Universidade do Porto foi transmitida “uma profunda preocupação relativamente à qualidade do ensino pré-graduado de Medicina”, tendo ainda procurado “sensibilizá-lo para os riscos estruturais que o excessivo número de alunos comporta”.

“A divergência de opinião entre as duas instituições não obstou a que transmitíssemos de forma reiterada as nossas convicções sobre a matéria em apreço”, garante o mesmo documento.

Contactada pela Agência Lusa, fonte da Universidade do Porto afirmou que a instituição “respeita a opinião do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos mas discorda por completo” dela, garantindo “a qualidade de todos os seus cursos, especialmente no que toca aos seus dois cursos de Medicina”.

“Além de registarem sempre as maiores médias de acesso no país, foram ainda recentemente inauguradas novas instalações destes cursos com um investimento total de 61 milhões de euros, dotando-os com condições físicas de topo”, acrescenta a universidade.

Na opinião da Ordem dos Médicos, “a formação médica, pela sua natureza e alcance, não pode ser tratada da mesma forma que outra áreas do conhecimento”, sob pena de se estar “a comprometer a curto prazo a qualidade do exercício clínico, dos atos médicos praticados e consequentemente da saúde dos doentes”.

“Estamos na eminência de exceder a capacidade formativa ao nível das especialidades médicas”, alertam, antecipando que “muitos médicos recém-formados não terão acesso a uma qualificação diferenciada que apenas o internato da especialidade lhes garante”.

Para a Ordem dos Médicos esta é “uma realidade inaceitável sobre qualquer ponto de vista”.

“A nossa convicção é de que as instituições universitárias deveriam contribuir para que esta mensagem passe e a formação médica seja tratada com a racionalidade e o bom senso que se exige”, defendem.

Fonte: Público, 7 de Fevereiro de 2012

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