Balanço é feito pela directora regional para a Europa da Organização Mundial de Saúde numa carta dirigida ao ministro Paulo Macedo.
A directora regional para a Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou uma carta ao ministro da Saúde em que elogia a forma “atempada e eficaz” como Portugal lidou com o surto de Legionella identificado no dia 7 de Novembro no concelho de Vila Franca de Xira.
Na carta dirigida a Paulo Macedo, a que o PÚBLICO teve acesso e que tem data de 13 de Novembro, Zsuzsanna Jakab lamenta a situação, mas reforça que as autoridades de saúde do país estão a “lidar a situação de forma atempada e eficaz”.
A responsável da OMS escreve, ainda, que foi disponibilizado a Portugal o apoio de um grupo de peritos com experiência nesta bactéria “prontos a viajar imediatamente” para as zonas afectadas. “Mas devido à vossa gestão eficaz da situação e também devido à nossa forte comunicação” com as autoridades de saúde e ambiente à frente do caso “este apoio foi entendido como não sendo necessário”, diz Zsuzsanna Jakab, que reitera a disponibilidade da OMS para apoios futuros apesar da “resposta pertinente” dada pela task-force criada.
A missiva foi enviada dois dias depois de a OMS ter classificado o surto de Vila Franca de Xira como uma “grande emergência de saúde pública” e de ter descrito a epidemia como “incomum e inesperada”. Na altura, o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, a partir de Genebra, reforçou que o surto português estava a seguir o padrão conhecido nesta infecção em termos de doentes afectados, já que atingiu sobretudo homens entre os 50 e os 60 anos.
Os dados desta terça-feira relacionados com o surto apontam para que no Hospital de Vila Franca de Xira já não tenham sido atendidos neste dia novos casos de doença do legionário. Já o último balanço da Direcção-Geral da Saúde, feito na segunda-feira, aponta para que o surto já some 331 casos, mas o número de novos doentes está a abrandar e as autoridades garantem que o caso está “controlado”. Desde sexta-feira foram reportados apenas mais 15 casos, ao mesmo tempo que 87 doentes já tiveram alta, indicava o comunicado conjunto da Direcção-Geral da Saúde, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa) e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. O número de óbitos confirmados mantém-se em oito.
A nota explicava que o Insa continua a desenvolver as análises às amostras ambientais e dos doentes e que “apontam para uma forte associação em relação aos dados provisórios que tinham sido previamente anunciados, nomeadamente no que respeita às amostras de água colhidas em torres de arrefecimento e ao agente bacteriano presente nas secreções brônquicas de doentes”.
Fonte: Público, 18 de Novembro de 2014