Número de utentes inscritos sem médico de família atingia, em Dezembro de 2012, mais de um milhão e seiscentos mil.
O número de utentes sem médico de família aumentou 24% desde 2006, altura em que começaram a surgir as Unidades de Saúde Familiar (USF), revela uma auditoria do Tribunal de Contas (TC).
“O grande objectivo da reforma [dos cuidados de saúde primários], que era o de atribuir um médico de família a cada utente inscrito numa unidade funcional, não foi ainda atingido”, lê-se no relatório de uma auditoria do TC ao desempenho das unidades funcionais da rede de cuidados de saúde primários, a que a Lusa teve acesso.
Segundo o Tribunal, o número de utentes inscritos sem médico de família atingia, em Dezembro de 2012, mais de um milhão e seiscentos mil.
“Desde a implementação das USF, após 2006, o número de utentes inscritos sem médico de família não só não diminuiu (com excepção do ano de 2012) como cresceu 24% “, indica o documento.
Em 2007, prossegue o documento, registaram-se 1.405.686 utentes sem médico de família, com crescimentos constantes nos anos seguintes até 2011 que apresenta 1.846.016 utentes sem médico de família.
“As diferenças de acessibilidade assinaladas, bem como as diferenças registadas ao nível da densidade da capacidade instalada no litoral e no norte do país, conduzem a deficiências de equidade no acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, em particular, aos cuidados de saúde primários, cuidados desejavelmente de proximidade”, adianta o TC.
Esta auditoria visou avaliar a organização e o desempenho das unidades funcionais prestadoras de cuidados primários, no contexto da reforma empreendida neste nível de prestação de cuidados de saúde, nos últimos cinco anos, tendo em conta o desempenho económico-financeiro, operacional, bem como, os regimes de incentivos, compensações e suplementos.
Fonte: Rádio Renascença, 7 de Março de 2014