O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) considera que os aumentos das taxas moderadoras “são de uma insensibilidade humana e social muito grande”.
O porta-voz do MUSP, Carlos Braga, afirma que “esta medida vai aumentar significativamente as dificuldades sociais dos portugueses” e assume uma posição contrária a este aumento. “Somos contra o pagamento das taxas desde a sua implementação, porque esta é uma medida que não se justifica”, refere.
O representante do MUSP relembra que os portugueses vivem já “grandes dificuldades económicas e sociais” e que estas são medidas “puramente economicistas” do Governo. “Este anúncio revela com grande nitidez que o Governo trata as pessoas como objectos”, afirma Carlos Braga.
Relativamente ao alargamento das isenções, o ministério da Saúde assegura que um milhão de portugueses ficará de fora da obrigação de pagamento das taxas. Carlos Braga desvaloriza, e diz que “o aumento das isenções apenas atinge rendimentos muito baixos”. “Esta medida revela as opções políticas deste Governo”, declara.
O ministro da Saúde Paulo Macedo anunciou ontem, no programa da RTP Prós e Contras, que a partir de Janeiro de 2012 as consultas nos centros de saúde passam de 2,25 euros para 5 euros, enquanto a taxa moderadora nas urgências hospitalares passa de 9,60 euros para 20 euros. Com estas medidas, o Governo prevê arrecadar uma receita de cerca de cem milhões de euros.
Fonte: Público, 06 de Dezembro de 2011