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Misericórdias precisam de saber exactamente quais os apoios que o Estado vai dar

Manuel Caldas de Almeida, do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), afirmou esta sexta-feira que, face à actual crise, as misericórdias precisam de saber exactamente quais os apoios que o Estado vai dar, avança a agência Lusa.

“É importante que o Estado tenha uma relação honesta com as misericórdias”, disse o responsável, que falava esta sexta-feira de manhã durante o Congresso Internacional das Misericórdias, a decorrer até sábado no Porto e em Gaia.

Para Caldas de Almeida, o grande desafio das misericórdias é garantir a sustentabilidade da sua organização, mas para isso é “urgente pensar em distribuir o orçamento pelo número de pessoas” apoiadas.

“O Estado vai continuar a exigir qualidade equivalente à Suécia, quando não temos essa capacidade”, referiu.

Para o responsável, apesar de terem menos recursos, as misericórdias serão chamadas a dar resposta a uma “classe média que está a envelhecer e que pensava que ia ter uma reforma garantida e não vai” e que está “habituada a um nível maior de exigência”.

Também “vão aumentar as pessoas idosas e principalmente pessoas muito idosas com dependência e com deficiência”, disse.

“E nós não podemos continuar a planear sem saber os recursos que vamos ter”, esclareceu.

Caldas de Almeida defendeu que as misericórdias terão que planear projectos realistas, baseando-se no dinheiro de que dispõem, sendo certo que “terão que perceber que precisarão de voluntários e mecenas”.

“Se queremos que as pessoas sejam activas temos que mudar a maneira de fazer as coisas, mas vamos ter menos dinheiro, vamos ter que ser mais baratos, e a sociedade civil vai ter que perceber que as misericórdias vão ter que contar com as pessoas outra vez, precisarão de voluntariado, mecenato e saber muito concretamente o que o Estado pode dar para cumprir a missão”, sublinhou.

Nunca descuidando na qualidade dos serviços prestados, “o papel das misericórdias aqui é dizer sim.

“Temos uma crise económica, sim, temos problemas pela frente, mas há questões éticas e valores que vamos continuar a defender”, concluiu.

Fonte: RCM Pharma, 21 de Setembro de 2012

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