Misericórdia de Pedrógão Grande, norte do distrito de Leiria, vai vender quatro imóveis para amortizar a dívida bancária decorrente da construção da unidade de cuidados continuados, disse hoje à agência Lusa o seu provedor.
“A assembleia geral autorizou a venda de um apartamento no concelho de Cascais, uma casa, um prédio urbano com arrecadação e garagem, e um terreno em Valongo, Pedrógão Grande, bens que foram doados à Misericórdia, com o objetivo de realizar dinheiro para amortizar o empréstimo que fizemos para a construção da unidade de cuidados continuados”, afirmou João Marques.
Segundo o responsável, a Santa Casa tem “um encargo bancário de um milhão de euros”, referindo que “todas as receitas extraordinárias que a Misericórdia obtém destinam-se a amortizar o empréstimo ou para a manutenção de instalações”.
A venda, por hasta pública, não está ainda marcada, referiu João Marques, adiantando que a prioridade da Misericórdia é a abertura da unidade de cuidados continuados, concluída desde o início de 2013.
O provedor explicou que a obra – instalações, equipamento e arranjos exteriores – teve um custo de cerca de dois milhões de euros, tendo obtido um financiamento do Ministério da Saúde de 630 mil euros.
“A unidade ainda não abriu por ordem do ministério, mas também decorrem neste momento algumas vistorias e temos estado a fazer um compasso de espera para a aquisição de alguns equipamentos, para não estarmos a investir dinheiro e continuar parada”, explicou, garantindo: “Mas estamos em condições, desde que o Ministério da Saúde assim o entenda, de abrir”.
Salientando a importância do investimento para aumentar a “oferta social”, mas também para a criação de emprego no concelho, João Marques defendeu: “Numa região de baixa densidade demográfica, é na economia social que o concelho tem também de apostar”.
No caso da unidade de cuidados, João Marques acrescentou que, “no mínimo, entre pessoal auxiliar e de saúde”, prevê-se a contratação de 25 pessoas.
A Misericórdia de Pedrógão Grande tem 84 utentes em lar e mais 60 nos três centros de dia, na sede do concelho, Vila Facaia e Graça. Presta, igualmente, apoio domiciliário a 45 pessoas e, nas valências de creche e jardim-de-infância, tem 60 crianças.
Com 88 funcionários e dez avençados, a Santa Casa é, depois da Câmara Municipal, o maior empregador do concelho, informou o provedor.
Fonte: Diário de Notícias, 31 de Março de 2014, por Lusa