Na mais recente audição da Comissão Parlamentar de Saúde, o ministro deixou no ar uma dúvida sobre as Unidades de Saúde Familiar (USF). «Queremos proceder à abertura destas unidades de uma maneira mais rigorosa», advertiu o governante, que usou uma notícia que divulgava um relatório do Tribunal de Contas (TC) muito desfavorável ao modelo. «O Governo mantém o interesse neste tipo de unidades, mas também lembra e não ignora o que o TC disse sobre esta matéria, designadamente sobre o tipo de incentivos e sobre a necessária avaliação de custo-benefício».
O que Paulo Macedo não disse é que o próprio TC emitiu um esclarecimentos sobre as informações vindas a público sobre um relatório de auditoria às Unidades de Saúde Familiar, esclarecendo que «não existe qualquer relatório de auditoria aprovado pelo Tribunal de Contas sobre essa matéria», mas apenas «um relato dos auditores, cuja redação final terá que ter, sempre, em conta as alegações das partes interessadas e por isso se alerta para o facto de as conclusões poderem vir a ser diversas das agora anunciadas pela Comunicação Social».
Apesar da advertência, o ministro anunciou para este ano a abertura de mais 16 unidades de USF do tipo B e 37 unidades do tipo A. Destas últimas, 8 serão para a Região Norte, 12 para a Região Centro, 12 para Região de Lisboa e Vale do Tejo, 3 para o Alentejo e 2 para o Algarve.
Fonte: Tempo Medicina, 5 de Maio de 2014