O ministro da Saúde defendeu hoje o desenvolvimento de parcerias estratégicas para aumentar a capacidade de exportação de medicamentos, que está avaliada actualmente em cerca de 500 milhões de euros.
“A importância das exportações de medicamentos não deve ser negligenciada e é fundamental criar e fortalecer parcerias entre a Autoridade Nacional do Medicamento e a indústria farmacêutica”, afirmou Paulo Macedo na 53.ªreunião anual do Grupo Internacional da Distribuição Farmacêutica, que decorre em Sintra.
Paulo Macedo adiantou que a indústria farmacêutica é uma “indústria estratégica” e que o Governo apoia as iniciativas que permitam a inovação e o aumento da capacidade de exportação neste sector.
Por isso, frisou, “é importante desenvolver parcerias estratégicas que permitem uma internacionalização bem sucedida”.
Contudo, ressalvou, apesar das exportações serem um “elemento muito positivo” no contexto nacional, a indústria tem de garantir um outro aspecto fundamental: manutenção do acesso dos medicamentos a todos os portugueses, uma obrigação das entidades envolvidas no circuito do medicamento.
Presente na conferência, o comissário Europeu da Saúde, John Dalli alertou para os gastos em saúde na Europa que representam cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Na Europa, hoje gastamos cerca 10% do PIB em saúde, mais do que alguma vez gastámos”, disse John Dalli, considerando que é uma situação “insustentável a longo prazo”.
O comissário europeu adiantou que a Europa enfrenta um “duplo desafio”: ao mesmo tempo que é preciso limitar custos, é necessário garantir o acesso universal dos cidadãos ao sistema de saúde.
“Precisamos de soluções que funcionem para os doentes terem acesso universal aos medicamentos”, disse.
Outro aspecto importante é o tempo de tomada de decisão em relação ao reembolso e aos preços dos medicamentos, defendeu Dalli, considerando que os doentes devem ter um “acesso mais rápido” aos medicamentos, sejam de marca ou genéricos.
Paulo Macedo lembrou as “medidas fortes” que o Ministério da Saúde tomou para reduzir as despesas no sector, garantindo, ao mesmo tempo, a “eficiência e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde”.
“Nós acreditamos que Portugal está a ir na direcção certa, devido aos esforços e contribuição de todos”, frisou o ministro da Saúde.
Fonte: Público, por Lusa , 4 de Junho de 2012