Cinco dias depois de se ter demitido da comissão de reforma hospitalar, António Ferreira encontrou-se, no Porto, com o ministro Adalberto Campos Fernandes, de quem ouviu elogios.
O presidente do IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto), Sobrinho Simões, eleito recentemente pelos seus pares como o patologista mais influente do mundo, foi convidado para chefe de equipa do Conselho Nacional dos Centros Académicos de Medicina.
O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, durante a curta intervenção que fez na tomada de posse do novo Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar de São João, presidido por António Oliveira e Silva.
“Nós estamos a trabalhar, e posso anunciar aqui, em primeira mão, com o senhor ministro da Ciência e Ensino Superior, a constituição, já em Março, do Conselho Nacional dos Centros Académicos, porque é preciso criar uma reserva natural onde a investigação, conhecimento e entrosamento entre a parte hospitalar tradicional e o ensino se formalize e concretize”, revelou.
Na sessão, o ministro deixou elogios ao anterior presidente do CA, António Ferreira, que o governante convidou para coordenar a comissão de reforma hospitalar (CRH), da qual se demitiu dois meses depois de ter sido nomeado. Sentado na primeira fila do anfiteatro da faculdade, António Ferreira, que alegou razões de ordem pessoal para deixar a comissão, ouvi o ministro dizer: “Ficamos sempre credores dos seus exemplos. O professor António Ferreira demonstrou que o Serviço Nacional de Saúde não é ingovernável”, declarou, enfatizando que a sua substituição “não é fácil”. Mas, na hora da despedida, não houve cumprimentos. Ficou a ideia de que alguma coisa não correu bem enquanto coordenador da CRH.
O novo presidente do Centro Hospitalar São João não esqueceu o seu antecessor e declarou que “sob a sua liderança, o centro hospitalar alcançou resultados excepcionais”. “O professor António Ferreira possui qualidades únicas de indução de motivação, de inspiração e de resiliência, tendo sido capaz de mobilizar o hospital para atingir objectivos que pareciam inalcançáveis. Saibamos ser gratos!”, disse António Oliveira e Silva.
Fonte: Público, 16 de fevereiro de 2016