O ministro da Saúde admitiu, esta quarta-feira, uma transferência de utentes do sector privado para o público devido a dificuldades que algumas empresas que trabalham nesta área atravessam, o que aumentará ainda mais a despesa do Serviço Nacional de Saúde.~
Paulo Macedo falava durante uma intervenção no almoço-debate do International Club of Portugal, em Lisboa, durante a qual reconheceu que a despesa com a saúde vai voltar a crescer e que esta é uma situação “normal”.
Um dos factores que deverá contribuir para este aumento da despesa é a expectável subida da procura dos serviços do SNS por utentes até então assistidos no sector privado.
Essa transferência, disse Paulo Macedo, tem como causa a difícil situação financeira que algumas empresas privadas que trabalham na saúde atravessam.
Perante dezenas de convidados, Paulo Macedo traçou o retrato do sector da saúde em Portugal, lembrando que existem dois milhões de portugueses com seguros de saúde.
No sector público, o ministro reconheceu o que disse ser uma constatação consensual: há desperdício.
Mas o consenso já não existe na identificação das áreas em que existe desperdício, disse.
Paulo Macedo considera que a capacidade hospitalar “pode ser melhor aproveitada”, nomeadamente em Lisboa e Coimbra.
Do rol das medidas deste Governo que Paulo Macedo desfiou perante os convidados do International Club of Portugal constou a política do medicamento, que em 2012 deverá resultar numa poupança de cem milhões de euros para o Estado e igual valor para os utentes.
Fonte: Jornal de Notícias, 15 de Fevereiro de 2012