O Ministério da Saúde quer reduzir a mortalidade dos portugueses com menos de 70 anos para níveis inferiores a 20%. A meta para atingir essa fasquia é 2020. Até essa idade considera-se que a morte é “prematura”.
Os últimos dados disponíveis sobre este indicador (de 2014) colocam Portugal nos 22%, segundo a revisão do Plano Nacional de Saúde (PNS) divulgado nesta terça-feira no site da Direcção-Geral da Saúde.
A taxa de mortalidade antes dos 70 anos de idade foi em 2012 de 22,8%. A projecção que as autoridades fazem deste indicador para 2020 anda entre os 20,5% e 22%. Mas a revisão do PNS “assume o compromisso” da redução progressiva.
A meta liga-se com um outro compromisso: o de fazer descer em 25% a mortalidade devida a algumas das principais causas de morte em Portugal, as doenças cardiovasculares, o cancro, a diabetes e as doenças respiratórias crónicas.
Outro dos grandes objectivos que se actualiza é o de, nos próximos três anos, aumentar em 30% a esperança de vida saudável das mulheres aos 65 anos. Mais do que medir apenas quanto tempo as pessoas vivem (as mulheres vivem em norma mais do que os homens), as autoridades internacionais preocupam-se cada vez mais em contabilizar o tempo vivido com qualidade. O PNS adapta os seus objectivos às orientações da Organização Mundial de Saúde.
De acordo com dados nacionais de 2012, chegada aos 65 anos, uma mulher pode contar viver mais nove anos com saúde (já um homem tem 9,9 anos de vida saudável pela frente), valor inferior ao melhor valor dos países da União Europeia em 2011, que é de 15,2 anos para as mulheres na Suécia, lê-se. Para cumprir a meta, o objectivo será então centrar a atenção em programas de saúde que foquem o grupo etário dos 50 aos 60 anos, nomeadamente tentando reduzir a carga de doença relacionada com a incapacidade.
Por dificuldades em quantificar o progresso em números, o Ministério da Saúde aponta ainda como objectivos genéricos a redução da prevalência do consumo de tabaco na população com idade igual ou inferior a 15 anos e a eliminação da exposição ao fumo ambiental. Assim como o controlo da incidência e da prevalência de excesso de peso e obesidade na população infantil e escolar, limitando o seu crescimento até 2020.
O documento inclui também as chamadas Estratégias Locais de Saúde, onde é suposto ficar traçado o perfil de saúde ao nível das localidades, com respectivas metas de saúde. Mas muitos dos que constam do documento estão incompletos, sendo suposto serem actualizados durante 2017.
Fonte: Público, 26 de dezembro de 2016