O Governo quer aumentar o uso da chamada telemedicina em consultas e exames, passando a tê-la disponível em todas as unidades de saúde. Este será um dos temas em debate num encontro que começa hoje, em Lisboa, sobre inovação no setor, promovido pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde que funciona como uma espécie de central de compras do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O presidente desta entidade, Henrique Martins, explica à TSF que a telemedicina já existe, sobretudo em zonas longe das maiores cidades. A ideia é levá-la a todo o país pois «é uma tecnologia como outra qualquer para a prática médica e deve estar disponível em todas as unidades de saúde», beneficiando o doente mesmo em zonas urbanas.
O responsável pede «abertura de espírito» e pensa em poupar tempo e trabalho aos doentes, mas também ao Estado. Henrique Martins diz que «o Ministério gasta muito dinheiro em transportes de um lado para o outro e que estes, às vezes, até levam as pessoas a sentirem-se desconfortáveis pelos tempos de deslocação e por terem de acordar cedo».
O presidente dos Serviços Partilhados do ministério admite que há situações em que é preciso o «contacto físico entre doente e médico ou enfermeiro, algo que se deve manter, mas há muitos outros casos, sobretudo em doentes crónicos, em que a equipa clínica conhece bem a pessoa, o que permite esse contacto à distância que gera poupanças que podem ser investidas noutras áreas».
Por estes dias está em curso uma consulta pública para escolher as empresas que vão fornecer estes serviços de telemedicina ao SNS, algo que, como sublinha o responsável, inclui contactos em direto ou em diferido através, por exemplo, do envio de uma imagem ou de um vídeo que permita ao clínico dar uma opinião ou tomar uma decisão.
Fonte: TSF, 07 de abril de 2015