Debate sobre a lei dos compromissos revela que a norma está a levantar dificuldades de gestão nos hospitais.
O Ministério da Saúde admite que a reforma dos hospitais tem de andar mais depressa. O presidente da Administração do Sistema de Saúde, Carvalho das Neves, reconhece que apesar de todos os cortes, a situação financeira dos hospitais continua a ser deficitária.
“Se estamos com uma situação que é deficitária, que em 2013 tem uma redução real na ordem dos 6%, é óbvio que se tem de fazer alguma coisa. O fazer alguma coisa exige que a reforma hospitalar ande mais depressa do que aquilo que tem vindo a ocorrer”, afirmou Carvalho das Neves esta segunda-feira num debate sobre a lei dos compromissos, que está a levantar dificuldades de gestão nos hospitais, uma vez que os impede de contraírem dívidas que não tenham cabimento orçamental num prazo de três meses.
Por seu lado, o presidente do conselho de administração do Hospital de Cascais garante que, neste momento, existe um racionamento implícito e que as unidades de saúde estão a empurrar doentes de um lado para o outro por falta de dinheiro.
Adalberto Campos Fernandes defende também por isso que é urgente avançar com a reforma dos hospitais: “O custo da não reforma hospitalar vale muito mais do que o incumprimento anual da lei dos compromissos.”
“Fazer uma reforma hospitalar é acabar de uma vez por todas com o racionamento implícito que o sistema esta a viver, porque os hospitais de uma maneira ou de outra têm dificuldade em cumprir esta lei e andam nalguns casos a empurrar doentes de um lado para o outro,” critica.
Fonte: Rádio Renascença, 14 de JAneiro de 2013