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Médio Tejo precisa de 23 médicos de família

O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, no distrito de Santarém, tem 41.400 utentes sem médico de família, uma situação que só ficaria resolvida com a colocação de 23 médicos, indicou a diretora do ACES.

A diretora executiva do ACES do Médio Tejo, Sofia Theriaga, revelou à agência Lusa que tem cerca de 41.400 utentes sem médico de família, de um total de 235.100 utentes pertencentes a 11 concelhos.

Para colmatar as necessidades de prestação de cuidados de saúde seria necessário contratar 23 médicos, “uma situação que se prevê que se venha a agravar com o pedido de aposentação em curso de cinco profissionais médicos”, afirmou.

O ACES Médio Tejo cobre os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Tomar, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha.

“Sendo uma área muito dispersa e do interior torna-se bastante difícil a captação de médicos, quer por profissionais a concorrer para as vagas abertas em concurso, quer por mobilidade”, apontou Sofia Theriaga, tendo observado que o ACES Médio Tejo foi recentemente contemplado com 439 horas mensais de prestação de serviços.

A gestora disse ainda que, no que concerne ao concelho de Abrantes, um dos mais afetados com a falta de médicos e onde cerca de 40% da população não tem médico de família, a disponibilidade de médicos na zona “é bastante crítica”.

“Por um lado, a realidade a nível de valores/hora praticada no Centro Hospitalar do Médio Tejo é consideravelmente superior à dos centros de saúde, o que dificulta a ação de recrutamento por ser impossível concorrer com os honorários praticados diretamente pelo hospital”, vincou.

Por outro lado, continuou, “a zona geográfica do centro de saúde é consideravelmente distante dos polos centrais (Lisboa, Porto, Coimbra), o que faz com que seja absolutamente necessário persuadir médicos com disponibilidade total a facultar todas as suas disponibilidades para esta zona, processo este relativamente moroso, dado os problemas de logística que necessitam ser acautelados”.

A diretora executiva do ACES disse ainda à Lusa que a freguesia de Tramagal, de um total de 111, “é a mais afetada”, contando apenas com um profissional de saúde para 2752 utentes.

“Todas as outras, com maior ou menor número de horas afetas, estão a prestar cuidados de saúde primários dentro das necessidades”, assegurou.

Para minimizar a situação de Abrantes, aquela responsável disse que o ACES Médio Tejo aguarda que seja assinado o protocolo de incentivos à constituição de Unidades de Saúde Familiares (USF) entre a Câmara Municipal de Abrantes e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), documento que se encontra para apreciação.

Fonte: Diário de Notícias, 2 de Abril de 2014, por Lusa

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