O presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) considera que as medidas agora anunciadas pelo Governo vão conduzir a uma “debandada dos médicos para a aposentação” e à “impossibilidade de funcionamento de muitas das urgências”.
“Ninguém esperava um aperto tão cerrado, tão brutal, tão exigente e tão perigoso”, escreve Carlos Arroz num texto divulgado hoje no site do SIM.
Para Carlos Arroz, “os médicos, que já vinham participando na dízima socialista, vêem agora assegurada a sua manutenção por mais dois anos juntamente com a sonegação de 15 por cento dos seus rendimentos anuais por via dos vencimentos referentes a subsídios de natal e férias”.
“Os médicos que viram já reduzidas drasticamente as horas extra e o seu valor, pela redução do valor hora, vão agora ser espoliados acessoriamente por alteração unilateral dos valores percentuais das horas”, lê-se na informação.
Segundo o clínico, “esta equiparação dos médicos ao grosso dos funcionários públicos, igualizando de forma comunista, tem o reverso de retirar o que os médicos tinham como agravo: o fazerem 12 horas consecutivas de trabalho e o de serem obrigados a mais 12 horas semanais para a urgência”.
Para o presidente do SIM, “a debandada dos médicos para a aposentação e a impossibilidade de funcionamento de muitas das Urgências que hoje existem vai ser uma realidade”.
Carlos Arroz considera que “a perigosa limitação do acesso aos cuidados de saúde – quer por encerramento de serviços, quer por aumento das taxas moderadoras, quer por degradação económica dos portugueses – é uma forma de conter a despesa”.
Público: 14 de Outubro de 2011