As duas estruturas sindicais dos médicos lamentaram a falta de resultados na reunião negocial realizada hoje com a ministra da Saúde e mantêm a greve de dois dias marcada para o início de julho.
“Foi mais uma mão-cheia de nada”, disse o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, aos jornalistas, no final da reunião de cerca de duas horas com a ministra da Saúde, Marta Temido.
Tanto o secretário-geral do SIM como o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), João Proença, apontaram uma atitude de intransigência da ministra em relação às reivindicações dos médicos.
Uma nova reunião foi marcada para 09 de julho, já depois da greve marcada para 02 de julho pelo SIM e para 03 de julho pela FNAM.
Roque da Cunha declarou que “não há razão para desconvocar a greve”, acrescentando que, “tal como aconteceu nos últimos quatro anos, o processo negocial com o Ministério da Saúde foi uma mão-cheia de nada”.
“Uma mão-cheia de nada ao tempo de urgência dos médicos ser utilizado para a diminuição das listas de espera nas consultas, para os médicos do INEM serem médicos do quadro, para que haja um descongelamento da carreira, para que haja uma atitude diferente perante os médicos”, elencou.
O sindicalista sublinhou que o Governo quer continuar a obrigar os médicos a trabalharem seis dias por semana sem qualquer tipo de compensação “e, por isso, naturalmente, os pressupostos da greve mantêm-se já que não houve nada de novo”.
Roque da Cunha pediu à população para que “compreenda que no momento em que há um Governo que tem a maior carga fiscal de sempre, a maior dívida pública de sempre, e o menor investimento da saúde, não havia outra hipótese que não seja esta greve”.
Por sua vez, o dirigente da FNAM apelou para a “participação dos médicos nos dois de greve”, porque com um caderno reivindicativo que se discute há quatro anos “nada foi resolvido, fazendo com que os serviços públicos de saúde estejam cada vez mais deficitários, que as pessoas estejam mais desmotivadas e que tenha aumentado a desorganização”.
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