Paulo Moreira coordenou uma investigação sobre e-Health (uso de tecnologias de comunicação e informação no domínio da Saúde), que será apresentada na próxima semana, e concluiu que apenas um terço dos profissionais de saúde inquiridos usa estas plataformas.
Para Paulo Moreira, da Escola Nacional de Saúde Pública e editor de uma revista internacional de saúde, uma maior utilização destas plataformas resultaria em poupanças de “muitos milhares de euros”.
Sem contabilizar, Paulo Moreira deu o exemplo do transporte de doentes, cuja despesa poderia baixar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para menos de metade se fossem mais usados estes recursos.
As deslocações seriam evitáveis graças a consultas online, prestação de serviços de telemedicina, conferências médicas ou telemonitorização, disse.
Paulo Moreira deu ainda o exemplo dos exames médicos, cuja repetição custa muito dinheiro ao Estado, uma despesa que “seria evitável com um registo electrónico eficaz”.
O estudo que será apresentado na próxima semana – composto por 1.507 questionários a médicos, farmacêuticos e enfermeiros – revelou que “apenas metade dos inquiridos no estudo (50,7%) conhece ou já ouviu falar no conceito de e-Health”.
O estudo indica que os médicos são “o grupo mais familiarizado com este conceito, enquanto os farmacêuticos são o que apresentam menor grau de notoriedade global relativamente a este conceito”.
A necessidade de uma maior divulgação deste tipo de plataformas junto dos diversos profissionais de saúde foi a principal medida apontada pelos inquiridos para promover uma maior utilização de plataformas de e-Health em Portugal.
A prescrição electrónica, o registo electrónico dos doentes e a telemedicina são as principais aplicações da e-Health em Portugal.
Fonte: Público, 23 de Maio de 2012