O secretário de Estado Adjunto da Saúde acusou esta sexta-feira os médicos de estarem a emitir julgamentos sobre o processo de reorganização das urgências noturnas sem o conhecer na totalidade, o que os leva a fazer críticas sem sentido.
“Com certeza que, tanto a Ordem dos Médicos como os colégios estão a emitir, eventualmente, julgamentos sobre um processo que eles próprios ainda neste momento não conhecem na sua verdadeira dimensão, porque se o conhecessem bem, não podiam de forma nenhuma fazer as críticas que têm sido feitas”, afirmou Fernando Leal da Costa após a inauguração de uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados, em Alenquer.
Como exemplo, o governante referiu que “o próprio tempo que eles pedem é aquele que, como ontem foi anunciado pelo Ministério da Saúde, é o calendário que está previsto até ao final do ano. Portanto, desse ponto de visto estão eventualmente a pedir uma coisa que nós próprios já tínhamos decidido fazer”.
Os colégios das especialidades que vão ser concentradas na urgência metropolitana noturna de Lisboa pediram mais tempo e discussão informada sobre a reorganização das urgências, tendo o colégio da especialidade de cirurgia vascular sugerido, num parecer enviado à Ordem dos Médicos, o adiamento do início do processo para a cirurgia vascular para o dia 1 de outubro, “após preparação adequada e reunidos os requisitos necessários”.
Na quinta-feira, ao final do dia, o Ministério da Saúde divulgou um comunicado, dando conta de que o processo de concentração da urgência em Lisboa começou há um ano com otorrinolaringologia e vai prosseguir agora em mais duas fases: a primeira em setembro e outubro e a segunda em novembro e dezembro.
No entanto, não eram referidas quais as especialidades a serem concertadas em cada uma dessas fases.
Os colégios das especialidades de cirurgia vascular, urologia, cirurgia plástica e maxilo-facial e de neurologia enviaram à Ordem dos Médicos pareceres sobre a reorganização das urgências noturnas, nos quais apontam fundamentalmente dúvidas quanto à funcionalidade e à poupança económica.
Os médicos criticaram também o facto de esta reforma não ter sido precedida de um debate informado com as várias especialidades envolvidas e lamentaram não terem sido envolvidos, nem tão pouco consultados sobre o processo.
Sobre o seu desconhecimento relativamente a este processo – que o secretário de Estado aponta como sendo um dos motivos para os médicos emitiram julgamentos infundados -, a Ordem questiona precisamente a razão por que os médicos não o conhecem.
A Ordem dos Médicos lamenta não ter tido conhecimento do plano, não ter sido consultada e não conhecer estudos relativamente a resta reforma.
O bastonário considera mesmo que o processo “foi conduzido secretamente, com o único fito de esconder as suas fragilidades e os problemas potencialmente graves” que daí vão advir para os doentes.
Fonte: Jornal de Notícias, 23 de Agosto de 2013
acredito que hoje em dia os estudos são “forçados” em função das dificuldades económicas do país, mas acredito que neste caso foram bem fundamentados e não vão criar problemas adicionais significativos a quem necessita de apoio na doença. Em contrapartida é uma medida que ajudará em termos económicos e numa análise custo-efetividade, julgo que é ajustada.