A informação é avançada, esta manhã, pelo Diário de Notícias (DN), que acrescenta que o buraco nas contas do hospital diz respeito a medicamentos e obras realizadas em 2010.
São mais de oito mil as facturas que não foram incluídas no relatório de actividade e contas de 2010.
Ao que apurou o DN, os 44 milhões de euros de resultados negativos que foram apresentados no relatório do ano passado não devem por isso corresponder à realidade do Hospital de Santa Maria. Estima-se que o buraco financeiro seja superior aos 50 milhões.
A maioria das facturas não contabilizadas, que ultrapassam os sete milhões de euros, dizem respeito a fornecedores de medicamentos e a obras de conservação e reparação.
Este valor corresponde, no entanto, a uma fatia reduzida da dívida a terceiros cujo o valor inscrito no relatório de Julho já ultrapassa os 250 milhões.
Ao DN, o centro hospital Lisboa-Norte diz que o caso das facturas escondidas é uma apenas uma insinuação, uma vez que o relatório do ano passado foi devidamente validado pelo revisor oficial de contas e pelos ministérios da Saúde e das Finanças.
Certo é que para além do caso das facturas há mais factores que reflectem a situação financeira debilitada do hospital: o capital social de 133 milhões de euros, que a lei obriga a manter intacto para que seja assegurada a viabilidade financeira, desapareceu e os 70 milhões que em 2009 o hospital injectou no fundo de apoio ao sistema de pagamento já foram igualmente gastos.
Assim sendo tudo aponta para uma situação de uma falência técnica.
Contactado pela TSF, o Ministério da Saúde disse, esta manhã, que o Hospital de Santa Maria é uma empresa e por isso tem total autonomia financeira. Nesse sentido, a tutela não comenta a notícia avançada pelo DN, remetendo esclarecimentos para a unidade hospitalar.
Fonte: TSF, 11 de Outubro de 2011