As metas de redução da despesa pública que o Governo quer impor, para 2013, no sector do medicamento irá levar, provavelmente, a situações de escassez de remédios nos hospitais, tal como já acontece com as farmácias, devido ao agravamento das dificuldades das empresas farmacêuticas, alertou esta quarta-feira, João Almeida Lopes, presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma).
João Almeida Lopes, considerou que o Governo está a criar uma situação “insustentável” para os doentes com os objectivos que quer atingir.
“Se persistirmos em metas irrealistas vãos ter problemas sérios no acesso ao medicamento e que irá afectar toda a cadeia do medicamento”, sublinhou aquele responsável.
O presidente da Apifarma criticou o Governo português ao querer “ir muito para além das metas da Troika”. Esses objectivos incluem a redução da despesa pública com o medicamento em cerca de um por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
A fuga das empresas farmacêuticas para outros países é um cenário, segundo o responsável, que irá agravar-se no próximo ano se nada for feito em contrário.
Segundo João Almeida Lopes, o acordo entre a indústria e o Governo levou a indústria farmacêutica a suportar uma despesa de 600 milhões de euros em dois anos.
Fonte: Correio da Manhã, 7 de Novembro de 2012