O Ministério da Saúde está a ‘socorrer’ os hospitais públicos, um a um. A solução encontrada para contornar a lei dos compromissos, que impede novas dívidas, foi criar excepções quando está em causa a assistência aos doentes.
E, ao que o CM apurou, os pedidos de ajuda, com cenários de suspensão de cirurgias e falta de medicamentos para os doentes, continuam, principalmente quando há pelo menos 21 hospitais em falência técnica. No Instituto de Oncologia do Porto, o orçamento para consultas esgotou-se em Outubro, e o Serviço de Urgências está em risco devido à falta de verbas. O Hospital de Santa Maria (Lisboa) esteve duas semanas com dificuldades financeiras. Mesmo o Hospital de Santo António (Porto), que ontem já conseguiu encomendar os medicamentos para os doentes crónicos, nomeadamente com paramiloidose (doença dos pezinhos), não está a salvo. Solari Allegro, presidente do Centro Hospitalar do Porto (que integra o HSA), disse não ter “garantia nenhuma” de que antes do final do ano os problemas financeiros não se repetirão.
Ao CM , Alexandre Lourenço, da Administração Central do Sistema de Saúde,afirmou que para evitar estas situações de carência foi decidido que os hospitais têm de fazer um plano estratégico para três anos. “O plano é obrigatório e tem de ser entregue até 31 de Março de 2013”.
SANTA MARIA JUNTA SERVIÇOS
O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vai juntar os serviços de Oncologia e de Pneumologia a partir de 2 de Janeiro de 2013. Fonte do hospital garantiu que a medida era temporária devido a obras na Oncologia. No entanto, o CM sabe que esta solução está a ser contestada pelos médicos, que temem pela saúde dos doentes oncológicos, uma vez que têm as defesas em baixo e vão estar sujeitos a outras possíveis infecções.
Fonte: Correio da Manhã, 14 de Dezembro de 2012