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Hospitais endividados têm de ‘fazer trabalho de casa’

Fernando Leal da Costa disse hoje que mais importante que injectar capital em hospitais endividados “é fazer o trabalho de casa bem feito” para “adaptar a despesa à capacidade económica” do país.

“No ministério da Saúde temos muita gente habilitada a dar injecções”, disse o secretário de Estado à margem de um seminário da Misericórdia do Porto dedicado ao tema da Saúde em Portugal, “mas injectar dinheiro é que é sempre muito mais difícil”.

Para o secretário de Estado, recorrer a fundos do acordo da troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) depende sobretudo do entendimento entre os ministérios da Saúde e das Finanças.

“Até agora o Serviço Nacional de Saúde tem vivido significativamente e sistematicamente de injecções”, disse à Lusa Fernando Leal da Costa, para concluir que “agora temos que viver com o que temos”.

“Porque por mais que injectemos dinheiro, se não fizermos a primeira parte do trabalho de casa, então pouco tempo depois estamos na mesma situação ou pior do que aquela em que estávamos”, asseverou.

O jornal Diário Económico noticiou na sexta-feira que os ministérios da Saúde e das Finanças estão a negociar com a troika a injecção de 1.600 milhões de euros no sistema de saúde para permitir que os hospitais EPE possam pagar a fornecedores.

Para o secretário de Estado Adjunto da Saúde, o essencial será criar “mecanismos de gestão de verbas” que permitam cortar na despesa do sector.

“Não quer isto dizer que não estejamos neste momento, através dos mecanismos próprios e envolvendo os ministérios das Finanças e da Saúde, a tentar encontrar a melhor forma de usar os dispositivos que foram colocados à nossa disposição, quer internamente quer externamente, para estabelecer um programa de pagamento de dívidas”, ressalvou o secretário de Estado.

Fernando Leal da Costa considerou ainda que enquanto persistir tamanha dívida a fornecedores, “nomeadamente à indústria farmacêutica”, então o Sistema Nacional de Saúde (SNS) estará “numa situação muito fragilizada.”

Fonte: Diário de Notícias, 26 de Novembro de 2011

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