Os hospitais do Norte são os mais eficientes em termos de controlo de custos, embora se destaquem também em algumas áreas assistenciais. De acordo com os dados do relatório de benchmarking da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), o Hospital de Braga, Centro Hospitalar do Porto e de Entre Douro e Vouga destacam-se num número elevado de indicadores. O de de Braga, por exemplo, é o mais eficiente de todos, com um custo por doente 251 euros.
Num exercício tendo por base os custos despendidos por doente em várias áreas, a ACSS conclui que seria possível poupar qualquer coisa como 438 milhões de euros. Para isso, os hospitais piores teriam de se aproximar dos que tiveram melhores resultados, mas o organismo ressalva que isso “não é expectável”.
E aí, a região Norte seria a que menos custos teria de reduzir, quando comparada com Lisboa e Vale do Tejo e Centro. Ao todo, a redução de custos total poderia atingir os 70 milhões, contra 74 milhões do centro e 223 milhões em Lisboa.
Quanto a resultados mais micro, a unidade do grupo José de Mello Saúde, em regime de parceria público privada, conseguiu ter os melhores resultados em seis dos quinze indicadores em que foi avaliada pela ACSS. Além dos custos operacionais por doente, destacou-se como a mais eficientes nos custos com pessoal (globais e ajustados), na taxa de reinternamentos em 30 dias, que não passou de 5% dos seus doentes, e também no número de doentes vistos por médicos e e enfermeiros, revelando ser a unidade mais produtiva no seu grupo.
Apesar das frequentes notícias que dão conta de algumas falhas em termos de tratamento, que a unidade tem contestado, o hospital mostra bons resultados segundo o prisma do Ministério da Saúde. Ainda há dois dias, os anestesistas do hospital fizeram um pré-aviso de greve para o fim de maio, nomeadamente por falta de condições para a sua atividade, mas a unidade contestou todos os pontos alegados no pré-aviso e considera que cumpre as normas de segurança e qualidade.
Já o Centro Hospitalar do Porto destaca-se por estar em primeiro lugar em seis dos 16 indicadores em que foi analisado. Tem o menor número de internados acima dos 30 dias e o menor número de reinternamentos ao fim de mês. O tempo de internamento dos doentes, de 7,2 dias, é também o mais curto.
Os enfermeiros da unidade são também os que dão resposta a mais doentes. No fornecimento de serviços externos, o hospital foi também o gastou menos por cada doente.
O Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (Santa Maria da Feira) consegue bons resultados nos custos com fornecimentos, na taxa de partos por cesariana (24%, a meta que a tutela quer atingir em 2016), ou no número de doentes por enfermeiro, o mais elevado do seu grupo.
O DN noticiou na sua edição em papel que os IPO estão entre os mais incumpridores dos tempos legais para cirurgia, com 20% de cirurgias fora de tempo. Pelo contrário, destacam-se como os mais eficientes na resposta a consultas. O IPO de Lisboa, quando comparado com os outros dois, fica em primeiro em mais indicadores (sete).
Fonte: Diário de Notícias, 15 de Maio de 2013