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Hospitais cortam nos remédios

Oito hospitais estão com graves problemas financeiros e correm o risco de deixar de ter condições para continuarem a prestar assistência aos doentes, afirmou ontem no Parlamento o presidente da Administração Central dos Serviços de Saúde (ACSS), o organismo de gestão financeira do Ministério da Saúde.

Segundo João Carvalho das Neves, sete dos hospitais estão localizados na Região da Grande Lisboa e apenas um no Porto: Santa Maria, São José e São Francisco Xavier (Lisboa), Garcia de Orta (Almada), Barreiro/ /Montijo, Setúbal, Abrantes e Santo António (Porto).

Para reduzir a despesa, os hospitais já cortaram nas horas extraordinárias dos médicos e enfermeiros, estão a comprar medicamentos mais baratos e a fazer os exames clínicos estritamente necessários, deixando de encaminhar os doentes para as entidades convencionadas. Porém, as unidades não podem cortar mais na despesa.

João Carvalho das Neves explica que as instituições “têm custos fixos e a reestruturação leva tempo”. Para reduzir o défice e aumentar a poupança no SNS, é necessário que os hospitais prestem um serviço “mais eficiente” e ainda que haja concentração de serviços, sublinhou o responsável.

Nesse sentido, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, vai avançar com a reforma hospitalar, proposta por grupos de trabalho que avaliaram as Urgências, emergência pré-hospitalar e os hospitais mais aptos para efectuarem determinadas especialidades e cirurgias.

A dívida do SNS aos fornecedores aumentou 642 milhões de euros, em 2011, agravando o défice, que ascende a 3110 milhões de euros. A derrapagem continuou em Janeiro e Fevereiro. Os hospitais recebem em Maio a primeira tranche dos 1500 milhões de euros provenientes dos fundos de pensões da Banca para pagar aos fornecedores. O resto, recebem em Junho e Julho.

HOSPITAIS DE LISBOA AINDA SEM CONTRATOS

Nenhum hospital da área da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo tem concluído os contrato-programa, documento necessário para o financiamento aos hospitais e que determina quantas cirurgias e consultas cada hospital vai fazer. João Carvalho das Neves, da Administração Central dos Serviços de Saúde, afirma que o financiamento passa a ser feito consoante a população que cada unidade serve e não pela estimativa de cirurgias e consultas.

Fonte: Correio da Manhã, 3 de Maio de 2012

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