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Há farmácias hospitalares a dificultar acesso a medicamentos inovadores

Várias farmácias hospitalares estão a dificultar o acesso de medicamentos inovadores a pessoas com artrite reumatóide ou espondilite, avisam as associações de doentes, que se queixam de “situações inaceitáveis” e “aterrorizadoras”.

A Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR) vai quarta-feira à comissão parlamentar de saúde denunciar situações de “dificuldades exageradas” por parte de algumas administrações hospitalares no acesso a medicamentos “essenciais” para estes doentes, segundo o secretário-geral da associação, António Vilar.

Segundo o reumatologista, há casos de doentes que estiveram quase um ano à espera de um medicamento. Trata-se de fármacos inovadores que são dispensados apenas nas farmácias dos hospitais mediante a apresentação de uma prescrição específica.

“São situações inaceitáveis, resistências incompreensíveis por parte de algumas farmácias hospitalares. A coberto da crise estão a causar dificuldades aos doentes. Alguns dos nossos doentes vivem aterrorizados”, afirmou à agência Lusa António Vilar.

O responsável argumenta que este comportamento por parte de farmácias hospitalares não é compreensível, já que o despacho que regula a dispensa destes medicamentos estabelece um teto máximo para o preço a pagar pelo Estado por estes fármacos. Caso esse valor seja ultrapassado, cabe à indústria farmacêutica suportar os custos.

“As farmácias hospitalares têm de perceber que estão ao serviço das populações e não ao serviço de uma administração hospitalar”, refere o médico, apelando ao Ministério da Saúde que intervenha para que o despacho que dá acesso a estes fármacos seja cumprido “sem demoras, atrasos ou burocracias”.

Outra das preocupações que a ANDAR vai manifestar aos deputados da comissão da saúde diz respeito ao processo de comparticipação pelo Estado de medicamentos órfãos (em que não existe mais nenhum na sua categoria) para artrites, espondilites, psoríase ou doença inflamatória do intestino.

São medicamentos que estão autorizados em Portugal, mas cujo processo de comparticipação “se tem arrastado, impedindo o acesso dos doentes” a remédios com custos muito elevados.

Fonte: Jornal de Notícias, 17 de Julho de 2012

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