Neste momento, segundo o Infarmed, há 380 situações de ruptura de stock – num total de 14 mil medicamentos disponíveis no mercado – e nenhum dos casos é classificado como uma situação emergente, existindo alternativas no mercado para estes medicamentos em falta.
Segundo o Infarmed, as rupturas de stock podem ter como origem diversas causas (problemas fabris, falta de matéria-prima, cessão de comercialização de produtos, etc.) e, por isso, não devem ser confundidas com a gestão de stocks dos agentes envolvidos na distribuição e dispensa de medicamentos. A intervenção do Infarmed só se verifica quando não existem alternativas que garantem ao doente a continuidade de acesso à terapêutica.
No ano passado, isso aconteceu duas vezes e “em ambas as situações foi reposta a normalidade no abastecimento do mercado”, confirma a autoridade do medicamento. Porém, nas farmácias ouvem-se queixas quer dos utentes, quer dos farmacêuticos.
Numa farmácia no centro de Lisboa, um dos farmacêuticos ouvidos ontem pelo PÚBLICO confirma que “a ruptura de stocks é transversal a quase todas as áreas de terapêutica”. “Espero que isto não se confirme, mas parece-me que, como o mercado está em crise, [os grossistas] exportam os medicamentos sem garantirem quantidades cá”, diz o funcionário, que não quis ser identificado. Nos medicamentos em falta incluem-se broncodilatadores, anti-hipertensivos, antidepressivos, medicamentos para a disfunção eréctil e antiácidos.
Numa outra farmácia, as queixas são as mesmas. Entre medicamentos “rateados” – com pouca quantidade disponível em armazém – e “esgotados”, as farmácias queixam-se de ser forçadas a apresentar alternativas com a mesma substância activa. A.C.F., com Rita Araújo
Fonte: Público, 1o de Fevereiro de 2012