Grupo – composto por um médico, dois farmacêuticos e um delegado de informação médica – não só enganava o sistema com falsas prescrições de medicamentos caros, como o fazia também com substâncias contendo opiáceos.
A mais recente investigação a fraudes no Serviço Nacional de Saúde, que esta terça-feira culminou na detenção de quatro pessoas, tem contornos inéditos face a casos anteriores. Em causa está a prescrição fraudulenta de medicamentos, mas desta vez, também há suspeitas de tráfico de droga. Um dos detidos tinha mesmo uma moderna estufa de produção de canábis em casa.
É a primeira vez que o tráfico de estupefacientes consta de um dos muitos inquéritos iniciados nos dois últimos anos, desde que o Ministério Público, a Judiciária, e o Ministério da Saúde decidiram atacar em força as fraudes no Serviço Nacional de Saúde.
Este grupo – composto por um médico, dois farmacêuticos e um delegado de informação médica – não só enganava o sistema com falsas prescrições de medicamentos caros, que davam lugar a comparticipações elevadas, como o fazia também com substâncias contendo opiáceos.
Esses produtos chegavam ao mercado das drogas, onde eram vendidos sem alterações ou usados para fabricar outras substâncias ilícitas.
Além disso, na casa de um dos detidos, em Sintra, foi encontrada uma estufa de produção de canábis, com uma qualidade raramente vista em Portugal, que, pelo menos a este arguido, proporcionava outras fontes de receita.
Ao todo, nos concelhos da Amadora, Sintra, Lisboa e Mafra, a Judiciária realizou 11 buscas – em duas farmácias, um laboratório de análises, um consultório médico e sete residências.
Fonte: Rádio Renascença, 12 de Fevereiro de 2014