O grupo de hospitais do Norte que desde o início do ano compra medicamentos em bloco com base em listas elaboradas pelas administrações e comissões de farmácia e terapêutica, estima poupar cerca de 26 milhões de euros em 2012.
Em declarações hoje à Lusa, Sollari Allegro, presidente do Centro Hospitalar do Porto e porta-voz do G14, anunciou também que a partir de hoje o Hospital de Ovar vai juntar-se ao grupo, que assim passará a contar com 15 unidades hospitalares.
“Estamos já a alargar para a zona centro. Já tínhamos a Feira e agora temos Ovar”, disse Sollari Allegro, referindo que, dos grandes hospitais da região Norte, apenas o IPO “nunca manifestou vontade de aderir”.
O porta-voz do grupo, cuja designação passará a ser G15, afirmou que o facto de existir uma lista para compras centralizada de medicamentos “não coloca em causa a qualidade dos tratamentos”, mas permite “uma poupança significativa” nos gastos destes hospitais.
“O que pretendemos é que, também aqui, o cliente tenha razão e que a indústria se submeta à vontade de quem compra e não o contrário: andarmos nós a reboque da indústria. Isso é o que as pessoas têm de entender em Portugal”, frisou.
Os gastos com medicamentos do G14, em 2011, rondaram os “300 milhões de euros”. Para este ano, as previsões do grupo apontam para uma fatura anual “bastante abaixo” daquele valor
“Nós, que já comprávamos abaixo do preço de catálogo — os quatro grandes hospitais do Norte já negociavam em conjunto o que lhes permitia ter preços mais vantajosos — vamos reduzir ainda mais a factura”, sublinhou Sollari Alegro, admitindo que são as pequenas unidades hospitalares periféricas que mais irão beneficiar deste negócio, porque passam a comprar ao preço das quatro unidades do Norte.
O responsável salientou que “se os medicamentos fossem comprados ao preço de catálogo, a factura conjunta de 2011 teria tido um acréscimo de 40 milhões de euros”.
“E ainda não negociamos os produtos de custo muito elevado, como os do HIV, que é uma das facturas pesadas que temos, e os antineoplásicos. A partir da altura em que o façamos, as coisas terão um perfil diferente”, disse, revelando que, em relação ao HIV, as negociações deverão iniciar-se “muito em breve”.
As negociações para aquisição dos medicamentos para o HIV estarão a cargo do Centro Hospitalar do Porto, que integra o Hospital de doenças infecto-contagiosas Joaquim Urbano, que tem em tratamento cerca de 2.400 doentes.
Fonte: Correio da Manhã, por Lusa, 12 de Junho de 2012