“Nós entendemos que há vantagens em disponibilizar de uma forma mais directa os serviços dos enfermeiros à população”, disse Paulo Macedo, que comemorou neste sábado o Dia Internacional do Enfermeiro no Porto, visitando as instalações da Unidade de Cuidados na Comunidade “Cuidar”, em Aldoar.
Segundo o ministro, há já um grupo de trabalho criado para este projecto, tendo em vista uma “melhor organização e um quadro mais racional”.
Em declarações aos jornalistas, o bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto, disse que este grupo de trabalho vai “tentar operacionalizar a metodologia de trabalho para o enfermeiro de família”, que entende ser o profissional de saúde que funciona como “a porta aberta para o SNS”.
“Falta-nos legislação de apoio que nos diga o que é o enfermeiro de saúde”, precisou Germano Couto, acrescentando que o grupo criado vai agora começar a trabalhar para elaborar um decreto-lei que explique à população o que é um enfermeiro de família.
Portugal ratificou, em 2000, a Declaração de Munique na qual é dito que “cada português tem o seu enfermeiro de família”.
“Infelizmente ainda não temos esta metodologia de trabalho definitivamente consensualizada. As experiências que existem um pouco por todo o país não deixam de ser experiências, com resultados em ganhos em saúde, mas é preciso que o Governo diga de uma vez por todas o que é o enfermeiro de família”, sublinhou o bastonário.
Germano Couto disse que a Organização Mundial de Saúde prevê que cada enfermeiro seja responsável por um grupo de entre 300 a 400 famílias.
Neste Dia Internacional do Enfermeiro, Paulo Macelo pretendeu assinalar “não apenas a efeméride, mas a gratidão que os portugueses têm pelos enfermeiros” como sendo “um dos pilares do nosso serviço de saúde.”
Fonte: Público, 12 de Maio de 2012