O secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da Costa, defendeu hoje que o Governo deve “procurar desenvolver contactos bilaterais no sentido de haver reconhecimento dos profissionais” de saúde portugueses fora da União Europeia.
“É nossa obrigação e nossa vontade estabelecer vários acordos, como já temos com países terceiros, nomeadamente com os PALOP, no sentido de esses países ficarem muito beneficiados pela possibilidade de terem profissionais portugueses”, afirmou Fernando Leal da Costa.
O governante falava em declarações aos jornalistas no fim da sessão de abertura do XXI Congresso Anual da Ordem dos Médicos Dentistas, que decorre na Exponor, em Leça da Palmeira.
Comentando a existência de 5% de dentistas desempregados em Portugal, o secretário de Estado disse que a “primeira preocupação” do Ministério da Saúde (MS) “é tentar conservar, tanto quanto possível, o maior número de valores” no país, mas avisou não pretender “tentar impedir a emigração”.
Fernando Leal da Costa adiantou que “o MS e o Governo devem procurar desenvolver contactos bilaterais no sentido de haver reconhecimento dos profissionais portugueses fora do espaço da União Europeia”.
Relativamente aos acordos a assinar com outros países, o secretário de Estado explicou ser necessário estudar como poderá ser feita “a articulação do reconhecimento recíproco de qualificações” entre profissionais.
Leal da Costa destacou a atividade do presidente da Ordem dos Médicos Dentistas, que é também presidente da Federação Mundial, na criação de “condições para que médicos dentistas da área lusófona tenham uma cada vez maior proeminência reconhecida do ponto de vista científico a nível mundial”.
No seu discurso, o secretário de Estado lembrou que, “já em outubro de 2013”, o país vai ter a “transposição da diretiva comunitária de cuidados transfronteiriços”. “Este é um problema concreto para o qual devemos olhar desde já. Uma coisa é inegável: vamos ter uma maior exposição internacional e isso é positivo”, frisou.
Dizendo não ter uma “visão negativa nem catastrofista em relação à emigração de profissionais de saúde para outros países”, Leal da Costa destacou a importância de conservar no país “os talentos de que precisamos”.
Tudo isto, esclareceu, obrigará a uma postura “cada vez mais competitiva”.
“Para sermos competitivos temos de ter Finanças credíveis e sustentáveis mas acima de tudo, de produzir trabalho de qualidade”, disse.
Outro aspeto importante é, na sua perspetiva, a disponibilidade de mobilidade, “mesmo dentro do território nacional”.
Fonte: RTP Notícias, 9 de Novembro de 2012