A Ordem dos Médicos apresentou três propostas ao Ministério da Saúde, que as aprovou, para que não seja permitida a substituição de um genérico por outro na farmácia, revelou esta sexta-feira a instituição.
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, afirmou que as propostas “pretendem defender os interesses dos doentes porque há casos reportados à Ordem de que as farmácias vendem ao doente um genérico mais caro quando existem outros mais baratos”.
José Manuel Silva refere ainda que há genéricos com a mesma substância activa que têm uma “amplitude de preço tão grande que chega a ser de sete vezes mais caro em relação ao medicamento mais barato”.
O bastonário deu o exemplo do genérico omeprazol que é disponibilizado em diversas marcas. “O mais barato custa quatro euros e o mais caro custa33 euros”, disse.
Segundo o bastonário, outro motivo que levou a Ordem a apresentar estas propostas ao Ministério da Saúde deve-se à falta de estudos de bioequivalênciados genéricos.
“A entidade reguladora do medicamento no nosso País, que é o Infarmed, afirmou que dois medicamentos só são cambiáveis, trocáveis, quando existem estudos de bioequivalência, de compatibilidade entre si, mas a verdade é que esses estudos não existem entre genéricos da mesma substância activa. Os estudos só existem entre genéricos e o produto de marca”.
Uma segunda proposta da Ordem tem a ver com “a participação activa do doente, junto do médico ou da farmácia, na escolha do genérico”, salientou o bastonário.
Por fim, a terceira proposta aponta para que não seja necessário o médico escrever à mão a justificação para recusar a troca do medicamento na farmácia, pode fazê-lo na prescrição automática.
Fonte: Correio da Manhã, 16 de Dezembro de 2011