Até ao final do ano, mais de 80% dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) deverão entregar aos utentes das urgências e das consultas externas uma fatura virtual com os custos dos cuidados prestados.
A experiência piloto deste projeto arrancou na terça-feira no Hospital de S.José, em Lisboa, e segundo a Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS) vai avançar até ao fim deste ano nas restantes unidades hospitalares.
Serão abrangidos cerca de 80% dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, aqueles que têm em comum um mesmo sistema informático.
Por enquanto, a entrega da fatura virtual está prevista apenas nas urgências, consultas externas e na realização de meios complementares de diagnóstico.
Segundo Alexandre Lourenço, do conselho diretivo da ACSS, mais tarde prevê-se que possa também ser entregue uma fatura virtual para os internamentos.
Agora, a fatura está a ser entregue presencialmente aos utentes no momento em que se dirigem à urgências, tendo os funcionários administrativos recebido formação para explicarem aos doentes o que está em causa.
Aliás, segundo Alexandre Lourenço, durante os meses de agosto e setembro será feita uma avaliação desta experiência, nomeadamente aferindo se os utentes estão a compreender a informação recebida.
Na fatura virtual vão constar os valores médios de cada serviço ou meio complementar de diagnóstico e não os custos com um doente em concreto.
“O que é apresentado são sempre valores médios, porque os custos se baseiam na tabela de preços do SNS. Quando usa o SNS, o utente deve ter a perceção de que é um serviço único”, explicou o responsável da ACSS.
Na fatura virtual virão discriminados os custos da utilização do serviço de urgência e dos meios de diagnóstico usados, bem como as taxas moderadoras correspondentes e que são pagas pelo utente.
Como exemplo, num episódio de urgência no Hospital de S. José, o episódio de urgência surge com um valor de 60 euros (suportado pelo SNS) e com uma taxa de 20 euros a pagar pelo utente.
O objetivo desta fatura virtual é alertar as pessoas para os custos do SNS e apelar a um uso do sistema de forma moderada.
“As pessoas têm de ter a perceção de que o SNS é de todos e que, quando o usam, devem fazê-lo de uma forma parcimoniosa e quando necessitarem”, comentou Alexandre Lourenço.
Fonte: RTP Notícias, 8 de Agosto de 2012