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Farmácias querem acabar com lucro associado ao preço dos medicamentos

As farmácias afirmaram-se hoje disponíveis para dissociar o seu lucro do preço dos medicamentos e apelaram ao Governo para que lance um concurso público por princípio ativo e passe a remunerar o sector com um valor fixo.

“Estamos a caminhar e estamos disponíveis, porque estamos desesperados, para dissociar o preço dos medicamentos do rentabilizar das farmácias. O Governo que nos dê a possibilidade de fazer um concurso público por princípio activo”, afirmou hoje, na Comissão Parlamentar de Saúde, o presidente da Associação Nacional de farmácias (ANF).

João Cordeiro respondia assim, não só à “situação catastrófica” que as farmácias estão a viver por causa da redução dos preços dos medicamentos, como às acusações que são feitas aos farmacêuticos de trocarem, ao balcão das farmácias, genéricos por outros mais caros.

“A situação das farmácias é absolutamente dramática, o sector está em ruptura total”, afirmou, sublinhando que “as margens das farmácias baixam por decisão voluntária da indústria”.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da ANF garantiu que, actualmente, as receitas das farmácias não cobrem os seus custos e que, este ano, há 2.200 farmácias com resultados negativos.

“Algumas estão em situação de insolvência, outras estão com atrasos nos pagamentos aos fornecedores, a reduzir stocks, a reduzir horários de trabalho, tudo isto para diminuir as despesas, mas é evidente que o setor se vai afundar”, afirmou.

João Cordeiro referiu que o valor médio de remuneração das farmácias portuguesas é de 4,42 euros, sendo que se trata do “melhor serviço farmacêutico da Europa, ao passo que o valor médio de remuneração das farmácias alemãs é de oito euros.

Quanto à indústria dos genéricos, João Cordeiro considerou que se “está a suicidar na praça pública”, com a redução dos preços dos medicamentos, e “está a arrastar atrás de si as farmácias”.

A título de exemplo, referiu haver medicamentos que há um ano custavam 40 euros e que hoje custam três euros.

O presidente da ANF sugeriu ainda que o Governo defenda a indústria nacional, negociando fortemente com os laboratórios inovadores para que, quando lançam um medicamento em Portugal, passem licenças a três laboratórios nacionais que comercializem o mesmo princípio activo e promovam uma justa concorrência

Fonte: Público, 17 de Janeiro de 2012

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